Na contramão da maioria, atletas de Minas tiveram um 2016 de boas lembranças

Rodrigo Gini
rgini@hojeemdia.com.br
Publicado em 31/12/2016 às 09:11.Atualizado em 15/11/2021 às 22:16.

Para muita gente, 2016 não poderia terminar mais tarde. O ano acabou marcado por tragédias coletivas e pessoais, perdas nas artes e no esporte, um cenário político e econômico interno de crise e instabilidade; além de exemplos de intolerância e conflito espalhados pelo mundo. 

Mas não são poucos os atletas mineiros que encerram a temporada com motivos para comemorar e guardar os últimos 366 dias (foi bissexto, é sempre bom lembrar) na prateleira das boas recordações. Com resultados e conquistas inéditos e a sensação do dever mais que cumprido. E o difícil desafio de fazer ainda melhor em 2017.

O melhor exemplo vem dos tenistas Bruno Soares e Marcelo Melo, para quem só faltou a sonhada medalha olímpica no Rio – foram eliminados nas quartas de final pelos romenos Horia Tecau e Florin Mergea. O primeiro, com novo parceiro – Jamie Murray, irmão de Andy Murray, novo número 1 do mundo em simples – termina o ano também à frente do ranking, com direito a dois títulos de Grand Slam (Aberto da Austrália e US Open) e a taça do Torneio de Sydney. Aos 34 anos e no auge da carreira, ele trabalha para fazer ainda melhor no ano que se aproxima – tanto assim que abriu mão de passar o Reveillon em casa para estar em Doha, no Catar, onde já entra em quadra segunda-feira.

Três também foram os títulos conquistados por Marcelo, para quem a virada marca mudança de parceiro. Como o croata Ivan Dodig pretende se concentrar nas disputas de simples, o polonês Lukasz Kubot passa a ser o colega de dupla do “Girafa”. Juntos eles já venceram esse ano o ATP 500 de Viena – foi o bicampeonato. Com Dodig, o tenista de Belo Horizonte levantou a taça de campeão nos Masters 1.000 de Toronto e Cincinnati.

Os Jogos do Rio marcaram a consagração inesperada de três mineiros. Maicon Andrade era um ilustre desconhecido até entrar em ação na disputa do taekwondo, categoria acima de 80 quilos. 

O Brasil e o mundo conheceram a história do atleta natural de Ribeirão das Neves que chegou a trabalhar como servente de pedreiro para ajudar a mãe e teve identificado o talento para a arte marcial, ganhando a chance de se preparar no ABC Paulista e um lugar no pódio olímpico com a medalha de bronze. 

Já o central Maurício Souza e o ponteiro Lucarelli integraram uma seleção brasileira masculina de Vôlei que não era considerada favorita, chegou a ter a classificação às quartas de final em forte risco e se superou a cada partida para garantir o terceiro ouro verde e amarelo na modalidade. E entre os integrantes do grupo que finalmente conquistou a medalha dourada no futebol estava o goleiro atleticano Uílson, nascido em Nanuque.

PAPA-TÍTULOS

Em se tratando de esportes coletivos, um time não teria como fazer melhor. O Sada Cruzeiro venceu simplesmente tudo o que disputou em 2016 – bem verdade que a temporada da Superliga começou no segundo semestre de 2015, mas o troféu (quarto na competição) foi levantado em abril. E com ele vieram o do Mineiro, da Supercopa, do Sul-Americano e o tri do Mundial Interclubes. Nem mesmo a saída de um dos talismãs do time: o oposto Wallace, no meio do ano, foi capaz de frear o esquadrão celeste, que se reforçou com o central cubano Simón e o campeão olímpico Evandro.

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