Nascimento de um gigante no coração da Pampulha

Wallace Graciano - Do Portal HD
21/12/2012 às 08:18.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:53

(Ferdinando Leitão/Acervo Pessoal)

O Mineirão é fruto do entusiasmo do torcedor mineiro. No fim dos anos 50, Belo Horizonte já possuía o Independência, com capacidade aproximada de 20 mil torcedores. No entanto, o estádio do Horto se tornou obsoleto em pouco tempo, já que não comportava o número de pessoas que queriam assistir aos time da capital.

O Estado precisava de uma nova praça esportiva, e várias ideias foram surgindo até que uma prosperou. Em 12 de agosto de 1959, o Projeto de Lei 1.947, do deputado Jorge Carone, foi aprovado, prevendo a construção do “estádio Minas Gerais”.

Ficou decidido então que o estádio seria erguido na Pampulha, em um terreno que pertencia à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que liberaria a área de 300.000 m² sob forma de comodato por 40 anos.

O acordo foi firmado em 25 de fevereiro de 1960 e as obras, enfim, foram iniciadas. A verba para o empreendimento foi fornecida pelo governo do Estado, principalmente por meio de recursos provenientes da Loteria estadual.

No ano seguinte, porém, ocorreu um importante fato: mudou-se o governador. Bias Fortes deu lugar ao oposicionista José de Magalhães Pinto. As obras ficaram sob impasse, pois não eram prioridade do novo governante.

Em 1963, a Seleção Mineira foi campeã brasileira e um grande clamor tomou conta do Estado. A partir deste momento, foi criada uma estratégia de mobilização para que o novo palco do futebol de Minas ficasse pronto ainda no mandato de Magalhães Pinto, que seria candidato à reeleição. Engenheiros, arquitetos e operários se uniram em uma força-tarefa para que, no dia 5 de setembro de 1965, enfim, fosse inaugurado o Mineirão.

Outros projetos quase saíram do papel

Antes de o Mineirão se tornar o templo do futebol mineiro, os três grandes clubes da capital tinham suas próprias casas. Os torcedores do América caminhavam até a avenida Francisco Sales para assistir aos jogos no estádio da Alameda. Já os atleticanos vibravam no Antônio Carlos, na avenida Olegário Maciel. Nas proximidades, os cruzeirenses se reuniam para assistir ao time na avenida Augusto de Lima, onde ficava o Juscelino Kubitschek. Mas nenhum deles suportava mais de 10 mil espectadores. Era preciso mudar.

O Galo foi quem deu o maior passo. No início da década de 40, cogitou construir uma casa para 30 mil pessoas. A maquete foi elaborada, o local escolhido, mas a ideia não vingou. O palco seria na avenida Antônio Carlos, próximo ao aeroporto da Pampulha, em um terreno que o clube possuía. Porém, o imóvel precisou ser vendido para sanar parte de uma dívida.

O tempo passou e a construção de uma nova arena ganhou força. Em meados da década de 50, dois projetos quase foram colocados em prática. Observando que o Independência não suportava mais o público local, o então presidente da Federação Mineira de Futebol, Francisco de Castro Cortes, cogitou a construção de um empreendimento às margens da BR-040, na saída para o Rio de Janeiro.

Paralelamente, dirigentes da Federação Universitária Mineira de Esportes (Fume) articularam um estádio universitário, que seria erguido na Pampulha, onde a UFMG era dona de terrenos. A ideia não progrediu, mas foi um dos embriões para a construção do que mais tarde se tornaria o Mineirão.

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