Recém-chegado à adolescência, aos 14 anos, será sepultado nesta setxa-feira, a partir das 21h, no Independência, o Ipatinga Futebol Clube. Nascido em 21 de maio de 1998, no Vale do Aço, o Tigre agonizava há algum tempo e a situação se agravou nos últimos meses, quando deixou de se alimentar do elemento vital para se manter respirando no futebol: dinheiro.

Ironicamente, a última pá de cal será jogada pelo América, clube com o qual chegou a duelar pela preferência dos torcedores mineiros, como terceira força do Estado.

Esta noite, porém, o confronto servirá somente para abrir a 38ª e derradeira rodada da Série B do Campeonato Brasileiro (os demais jogos serão sábado).

Em nono lugar, com 52 pontos, o Coelho cumpre tabela. O Tigre, por sua vez, sacramentou a queda à Terceirona no dia 10, quando perdeu para o Paraná por 2 a 0. Atualmente, é o vice-lanterna, com 31 pontos.

Início e fim

O surgimento do Ipatinga teve início após a profissionalização do Novo Cruzeiro Futebol Clube, por intermédio de Itair Machado de Souza, presidente do clube desde então.

O auge do Tigre se deu em 2005, quando desbancou o Cruzeiro no Mineirão e foi campeão mineiro. Nos anos seguintes, obteve a façanha de três acessos consecutivos no Campeonato Brasileiro, chegando à elite nacional em 2008. Nesse período, a equipe ainda foi semifinalista da Copa do Brasil de 2006, superando potências com Botafogo e Santos.

Contudo, na mesma velocidade que subiu, desceu. E, entre as temporadas de 2009 e 2012, alternou-se nas Séries B e C.

Vida nova

Há três anos, os ipatinguenses convivem com os boatos sobre a possível saída do clube da cidade. Na última terça-feira, Itair Machado protocolou na Federação Mineira de Futebol (FMF) o pedido para mudar de nome. Se aceito, em 2013, o Ipatinga vai se chamar Betim Esporte Clube.

A saída do Vale do Aço deixou alguns torcedores insatisfeitos. Apesar disso, pessoas que vivem o cotidiano do futebol na região admitem que a relação entre a cidade e a diretoria já estava consideravelmente desgastada.

Sem apoio

Carlaile Pedrosa, deputado federal e prefeito eleito de Betim, foi procurado pelo presidente do Ipatinga, mas informou que não poderia acolher o clube neste momento. O último encontro ocorreu há cerca de um mês, no gabinete do parlamentar, em Brasília.

“Seria importante para Betim ter um time profissional, mas não posso assumir esse compromisso agora. Não sei como vou encontrar a prefeitura. Além disso, não temos campos em condições de receber as partidas. Por isso, não faz sentido trazer o Ipatinga para Betim e o time mandar seus jogos em outras cidades”, explica.

“Se ele (Ipatinga) quiser vir por conta dele é outra história, a prefeitura não tem nada a ver com isso”, acrescenta Pedrosa.