Neymar alcança 32 km/h, lidera chutes a gol e desequilibra em classificação do Brasil na Copa

Cristiano Martins e Frederico Ribeiro*
*Enviado especial à Rússia
02/07/2018 às 22:01.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:09

(BENJAMIN CREMEL/APF PHOTO)

No duelo entre o jogador com mais finalizações e o goleiro com mais defesas na Copa do Mundo, quem se deu melhor foi Neymar. Em perceptível evolução física e técnica desde o retorno após lesão e cirurgia no pé direito, o camisa 10 se vingou no confronto particular com Ochoa e participou também do segundo gol brasileiro na vitória por 2 a 0 sobre o México, pelas oitavas de final.

Além da passagem às quartas, a atuação decisiva rendeu a ele o primeiro prêmio Man of the Match ("Homem do Jogo") nesta edição do Mundial. E as estatísticas mostram que o troféu individual é consequência direta do crescimento em campo.

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“Ele retomou o nível máximo (contra a Sérvia) e jogou de uma forma parecida com os melhores momentos dele, com técnica, função tática, marcação, transição com bola, precisão de finalização e finta pessoal. Amanhã (diante do México) eu não sei, mas ele retomou o alto nível”, havia garantido o técnico Tite na véspera do mata-mata.

Depois de uma estreia bastante criticada contra a Suíça, quando prendeu demais a bola e sofreu faltas desnecessárias longe da grande área, o atacante foi crescendo dentro da competição.

Participou diretamente das vitórias nos três jogos seguintes, seja balançando a rede ou dando assistência. E, nas últimas duas partidas, alcançou os maiores índices pessoais de distância percorrida (9,7 km), velocidade atingida (32,18 km/h) e chances criadas (sete).

Ninguém buscou mais o gol do que Neymar no torneio. O camisa 10 brasileiro lidera os rankings de finalizações totais e conclusões na meta, superando o português Cristiano Ronaldo e o argentino Lionel Messi, ambos eliminados nas oitavas de final.

Revanche pessoal

Na Copa do Mundo de 2014, Neymar havia sido contemplado duas vezes com o prêmio de melhor em campo, nos triunfos sobre Croácia e Camarões. Na outra rodada da fase de grupos, o prêmio ficara justamente com o goleiro mexicano, autor de pelo menos quatro milagres naquele empate em 0 a 0.

No reencontro desta segunda-feira (2), “Memo” se destacava novamente, com mais quatro intervenções importantes, até enfim ter a meta vazada pelo brasileiro no segundo tempo. Já nos minutos finais, o camisa 13 da Tri ainda conseguiu barrar o atacante uma última vez (foi a oitava defesa dele na partida), mas viu Firmino pegar o rebote para definir o placar.

Após a vitória, o camisa 10 brasileiro adotou um discurso tradicional. “Eu não quero que seja a Copa do Mundo do Neymar, e sim do Brasil. O coletivo é muito mais importante que o individual, e fico muito feliz de fazer parte desse grupo. Tenho certeza que a gente pode chegar muito longe”, declarou.

O técnico Tite, por sua vez, não perdeu a chance de lembrar a “profecia” e elogiar o jogador. “Ele ficou três meses e meio sem jogar. Isso é muito. Um atleta de alto nível precisaria de quatro ou cinco partidas para retomar o ritmo. No jogo anterior a esse, ele já tinha jogado muito e repetido o padrão de atuação do jogador de excelência que ele é”, avaliou.

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