Uma das quatro equipes classificadas para as semifinais da Copa Africana de Nações, a seleção do Mali tem uma motivação extra para conquistar o título da competição, que está sendo realizada na África do Sul. O país passa por um conflito, com rebeldes islâmicos tentando tomar o poder, nas mãos dos militares. A situação foi lamentada pelo técnico Stephen Keshi, que comanda a seleção nigeriana, adversária de Mali nas semifinais. Para ele, os oponentes entrarão com uma força extra no decisivo duelo.
"Eu acho que é uma vergonha o que está acontecendo no Mali, porque é um ótimo lugar, um grande país, com pessoas maravilhosas. É um lugar que eu amo", disse Keshi. "O que está acontecendo não é algo que deve ser motivo de orgulho. Acho que os jogadores
estão pensando sobre isso e eu acho que é onde eles estão tirando suas forças e seu espírito", completou.
Mali e Nigéria vão se enfrentar nesta quarta-feira, às 13 horas (de Brasília), no Estádio Moses Mabhida, em Durban. E o duelo que definirá um dos finalistas da Copa Africana de Nações será especial para Keshi, que dirigiu a seleção adversária entre 2008 e 2010, quando foi demitido após a eliminação da equipe na fase de grupos do torneio continental.
"Eu tive dois anos maravilhosos no Mali", afirmou. "O público, o povo de Mali foram muito bons para mim. E eu adorei cada minuto. Até hoje ainda temos relações muito boas. Eles querem saber como estou me sentindo, eu quero saber o que eles estão fazendo. Então tem sido uma boa relação", comentou.
Keshi era o capitão da seleção nigeriana em 1994, quando a equipe faturou pela última vez o título da Copa Africana de Nações. Agora, ele tenta levar a Nigéria a disputar a decisão, o que não acontece desde 2000. Já a última final com participação do Mali foi em 1972.