No Mineirão, Bolsonaro ouve elogios e vaias, faz gesto da 'arminha' e vê vitória do Brasil

Guilherme Piu
02/07/2019 às 23:29.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:22
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

A agenda oficial garantiu ao Presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), visita a Belo Horizonte, onde ele assistiu na noite desta terça-feira (2), no Mineirão, a vitória do Brasil por 2 a 0 sobre a Argentina, partida que garantiu a Seleção Brasileira na final da Copa América.

Ao lado de ministros, o presidente teve momentos em que ganhou bastante holofote. Principalmente no intervalo do jogo, quando desceu ao gramado, se aproximou de torcedores e criou um "espetáculo à parte", até fazendo o gesto de imitar um revólver com os dedos da mão. 

Dentre as grandes autoridades presentes na capital mineira a figura do presidente da República foi a mais impactante. E Bolsonaro veio a BH acompanhado de ministros de Estado.

Estiveram junto ao presidente os ministros Fernando Azevedo (Defesa), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia), Osmar Terra (Cidadania), Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), Jorge Antônio Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência da República) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).

O presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Alejandro Dominguez, e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, também estiveram no mesmo camarote que Bolsonaro.

Em compromisso oficial previsto na agenda presidencial, mesmo que membros do Comitê Organizador Local (COL) da Copa América tenham tentado informar à imprensa o contrário, Bolsonaro não falou com os repórteres. Os jornalistas ficaram isolados pelo menos uns 20 metros do hall de entrada dos espaços VIP, onde o presidente teve acesso ao camarote.

Essa área não era restrita nos outros quatro jogos realizados no estádio, e não houve qualquer comunicado prévio sobre isolamento. Alguns jornalistas tiveram problemas com a falta de educação de uma mulher que trabalhava para o COL, de uniforme, mas sem identificação funcional, justamente na porta das áreas vip.

Relato de uma repórter apontou que essa funcionária a teria empurrado, o que gerou até pedido de desculpas por parte do próprio COL. Isso aconteceu antes da chegada da comitiva presidencial, quando não havia qualquer isolamento ou aviso de que não seria permitido permanecer ali.

Nessa mesma área, mesmo sob protestos da organização, o presidente da CBF falou rapidamente ao Hoje em Dia. Caboclo, inclusive, comemorava seu aniversário justamente neste dia de Brasil x Argentina.

"É um presente. Eu pedi aos jogadores. Na verdade repeti o pedido que fiz antes do jogo com o México na Copa do Mundo (da Rússia). Pedi de presente a vitória", comentou, mostrando seu otimismo sobre o Brasil passar pela Argentina.

Outras autoridades

No momento em que Bolsonaro chegou ao estádio, vieram logo após outras autoridades. O governador de Minas Gerais,  Romeu Zema, saudado com continência e retribuindo o ato aos militares; e também o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil.

O Major Santiago da Polícia Militar de Minas Gerais falou sobre a escolta de Bolsonaro em solo mineiro.

"Foi tranquila a chegada do presidente Bolsonaro, que foi recepcionado pelo comando da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. A chegada foi tranquila, as escoltas foram tranquilas também. Várias autoridades presentes nesse espetáculo, segurança compartilhada por várias agências envolvidas, isso é importância frisar, mas acreditamos que o ambiente proposto pelo que foi planejado foi executado com maestria", analisou.

Presidente no camarote

Durante o jogo, Jair Bolsonaro esteve em um dos camarotes do setor roxo do Mineirão, no mesmo espaço que alguns famosos e as demais autoridades políticas estiveram. O presidente se encontrou com Neymar, foi presenteado com uma camisa do América, ganhou uma camisa branca da Seleção Brasileira, e também tirou foto com uma camisa do Cruzeiro, arremessada da arquibancada por um torcedor.

Jogo de cena

Durante o intervalo, Jair Bolsonaro criou um jogo de cena em prol de si mesmo. Ele desceu ao gramado, deu uma volta ao redor do campo e recebeu um misto de vaias e aplausos. Em certos momentos o presidente parou para subir nas escadas à beira do gramado e se aproximou dos torcedores. Ele pegou uma bandeira do Brasil das mãos de um torcedor, rodou essa bandeira, foi chamado de "mito", e até fez com as mãos o tradicional gesto da "arminha".

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por