Em entrevista exclusiva ao Hoje em Dia, há um mês, o presidente Sérgio Santos Rodrigues destacou o fato de não ter conseguido colocar em prática um projeto futebol em 2020, quando assumiu o Cruzeiro apenas em 1º de junho, com o clube tendo seis pontos perdidos na Série B por dívida na Fifa e com comissão técnica definida pelo Conselho Gestor que administrou o clube no primeiro semestre no último ano. Neste sábado (20), com o jogo-treino contra o Bolívar, da Bolívia, vencido por 1 a 0, teve-se o primeiro esboço da equipe de 2021. E a comparação mostra um início de temporada bem diferente.
Futebol é resultado, mas a comparação dos dois times mostra uma diferença bem significativa, e nesta análise não se pode deixar de considerar o fato de que a realidade cruzeirense neste ano seguirá sendo a Segunda Divisão nacional.
O primeiro time de 2020, escalado pelo técnico Adilson Batista na vitória por 2 a 0 sobre o Boa Esporte, no Mineirão, em 22 de janeiro, pelo Campeonato Mineiro, tinha jogadores do sub-20 como base. A experiência ficava por conta de Fábio, Léo, Edílson e Rodriguinho, sendo que este último já estava de saída do clube por questões salariais.
O resto da equipe era formado por atletas da base, como Cacá, Rafael Santos, Adriano, Jadsom Silva, Maurício, Thiago e Alexandre Jesus. Vários nunca tinham defendido o time principal.
Assim, a formação do Cruzeiro foi: Fábio; Edílson, Léo, Cacá e Rafael Santos; Adriano, Jadsom Silva, Rodriguinho e Maurício; Thiago e Alexandre Jesus.
Mudança
Do 11 inicial no primeiro jogo de 2020 restou na equipe titular que encarou o Bolívar neste sábado na Toca II apenas o goleiro Fábio. Os garotos Adriano e Thiago entraram na segunda etapa.
O time escalado por Felipe Conceição foi: Fábio; Cáceres, Manoel, Paulo e Alan Ruschel; Matheus Neris e Matheus Barbosa; Willian Potker, Marcinho e Felipe Augusto; Rafael Sobis.
As principais referências são jogadores que disputaram a Série B do ano passado, como Fábio, Cáceres, Manoel, Rafael Sobis e Willian Potker. Dos cinco, apenas o goleiro estava na Toca II no início da temporada.
Cáceres foi contratado em junho, e Willian Potker e Rafael Sobis chegaram ao Cruzeiro já durante a disputa da Série B, assim como Manoel, que estava emprestado ao futebol turco e retornou ao clube, se transformando num dos destaques da competição.
Neste grupo das referências há lugar ainda para Alan Ruschel, campeão da Série B como capitão da Chapecoense e que acrescenta experiência à Raposa.
Os volantes Matheus Neris e Matheus Barbosa foram destaques da Segundona 2020 defendendo Figueirense e Cuiabá, respectivamente, assim como o meia Marcinho, que veio do Sampaio Corrêa.
O atacante Felipe Augusto, ex-América, estava em baixa no Coelho, mas tem a confiança de Conceição. E Paulo, único jogador da base a começar o jogo-treino contra o Bolívar, contrastando com os sete garotos da partida contra o Boa Esporte, há pouco mais de um ano, substituiu o titular Ramon, que está afastado das atividades por ter sido diagnosticado com a Covid-19.
Conclusão
O projeto futebol 2021 do Cruzeiro dá a cara. E começa com um formato bem diferente do que foi vivido em 2020 pelo clube, até pelo caos enfrentando após a renúncia de Wagner Pires de Sá e toda a sua diretoria.
O primeiro desafio oficial é a partida contra o Uberlândia, no próximo sábado (27), às 16h30, no Parque do Sabiá, pela primeira rodada do Campeonato Mineiro.
O grande desafio é fazer uma Série B competitiva e que termine com uma vaga na Série A do Campeonato Brasileiro de 2022, pois retornar à elite é quase uma obrigação cruzeirense pela grave situação financeira vivida pelo clube.