O clássico do mundo

Frederico Ribeiro - Hoje em Dia
05/07/2014 às 09:20.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:16
 (Robson Fernandjes/Estadão Conteúdo)

(Robson Fernandjes/Estadão Conteúdo)

Se o Mineirão ficará sem a decisão da Copa, que será disputada no Maracanã, Minas Gerais poderá se orgulhar de ser o palco do maior confronto deste Mundial, a semifinal entre Brasil e Alemanha, na próxima terça-feira, às 17h.   Apesar de não valer a taça, o duelo reunirá as duas maiores escolas do futebol, que vão disputar, no Gigante da Pampulha, o 22º jogo entre eles, com as suas seleções principais.   Além do mais, os mineiros poderão prestigiar algo raro. Será apenas o segundo encontro das superpotências em Copas, pois as duas seleções são as únicas que já ultrapassaram a marca de 100 partidas disputadas no torneio.   O único confronto até então em Mundiais foi inesquecível. Em 2002, o Brasil venceu os alemães por 2 a 0, em Yokohama, no Japão, na conquista do pentacampeonato.   E, se o time verde e amarelo foi quem mais venceu mundiais, a Alemanha disputou mais jogos e chegou entre os três primeiros colocados em 11 oportunidades, duas a mais que o Brasil.   Outro aspecto que prova a grandiosidade do confronto é que Brasil e Alemanha estiveram, separadamente, em sete finais seguidas de Copa, entre 1950 e 1978.   Nos 16 Mundiais disputados após a Segunda Guerra Mundial, um dos dois esteve presente em 12 finais, sendo que em 2002 eles fizeram a decisão, o que totaliza 13.     Mais do que isso, pelo menos uma das duas seleções chegou às semifinais da Copa, exceto em 1930, quando o Brasil terminou no sexto lugar e a Alemanha não participou.     HISTÓRICO   No retrospecto do confronto, iniciado em 1962, com uma vitória do Brasil por 2 a 1, em Hamburgo, a Seleção se dá melhor. Foram 21 jogos, com 12 vitórias brasileiras e quatro alemãs, além de cinco empates.   No último encontro, a Alemanha venceu por 3 a 2, gols de Schweinsteiger, Götze e Schürrle. Robinho e Neymar diminuíram. Além disso, os únicos a vencerem a Copa como jogador e treinador são o brasileiro Zagallo e o alemão Beckenbauer.     Em 1982, o confronto mais aguardado que Paolo Rossi impediu    Desde os anos 50, Brasil e Alemanha despontaram como as duas grandes escolas do futebol mundial. E o encontro mais aguardado entre eles seria a final da Copa do Mundo da Espanha. Mas apenas os alemães estavam no Santiago Bernabéu, em Madrid, naquele 11 de julho de 1982. E perderam o título para a Itália.   Telê Santana, que assumiu o Brasil em 1979, tinha à disposição craques como Luizinho, Leandro, Júnior, Toninho Cerezo, Falcão, Sócrates, Zico e Éder.   Jupp Derwall contava com jogadores como Schumacher, Breitner, Magath, Hansi Müller, Rummenigge, sem falar no garoto Matthaeus.     Em 1981, as duas seleções se enfrentaram duas vezes, o que fez nascer uma rivalidade entre as duas gerações, principalmente após o primeiro confronto, no Mundialito do Uruguai.   Em 7 de janeiro, Brasil e Alemanha jogaram no Estádio Centenário, em Montevidéu. O segundo tempo foi inesquecível. Allofs abriu o placar aos 9 minutos, mas o que se viu depois foi um baile da Seleção. Júnior empatou, Toninho Cerezo virou o placar, Serginho fez o gol da tranquilidade e Zé Sérgio transformou a vitória em goleada.   Menos de cinco meses depois, as duas equipes disputaram um amistoso, em Stuttgart, encarado pelos alemães como o jogo da vingança. De novo, eles saíram na frente, com um gol de Fischer.   No segundo tempo, a Seleção fez outra grande exibição. E virou o placar, com gols de Cerezo e Júnior, que já tinham marcado em Montevidéu.   A nove minutos do final, os alemães tiveram um pênalti. Breitner bateu no canto esquerdo, Valdir Peres se adiantou e fez a defesa. O árbitro mandou voltar, o alemão trocou de lado, o goleiro se adiantou de novo e defendeu.   Em 21 de março de 1982, um amistoso entre os dois esquadrões levou 150.289 pagantes ao Maracanã. O Brasil venceu por 1 a 0, com um golaço de Júnior. A freguesia estava decretada. 

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