Líderes da oposição no Cruzeiro querem que o presidente do Conselho Deliberativo do clube, José Dalai Rocha, marque a reunião que analisará o afastamento temporário de Wagner Pires de Sá e seus vices-presidentes diretos (Ronaldo Granata e Hermínio Lemos), mesmo com a possibilidade que surgiu nesta segunda-feira, de um pedido de renúncia vindo do próprio cartola maior.
É que os conselheiros e associados contrários à permanência de Wagner Pires de Sá no comando do Cruzeiro entendem que as exigências feitas pelo cartola para que ele abra mão do cargo é "uma falta de respeito".
Dentre as exigências feitas por Wagner Pires de Sá para deixar o comando do clube, a que mais chama atenção é a que "limparia a barra" do próprio presidente. Ele quer que os empresários que têm o interesse de formar um conselho gestor para assumir o Cruzeiro se comprometam a quitar as dívidas que foram feitas na gestão atual, e que estão avalizadas pelo próprio Wagner.
"Sacanagem. Ninguém tem que assumir dívida que eles fizeram, tal qual é uma falta de respeito a questão dos funcionários. Você está cheio de funcionário que ganha pouco sem receber, e os líderes da coisa estão andando de carro importado, morando em cobertura, morando no exterior", disse em áudio vazado no Whatsapp, Sérgio Santos Rodrigues, candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais no Cruzeiro.
O Hoje em Dia noticiou nessa segunda-feira que um dos receios de Wagner Pires de Sá era justamente a renúncia como forma de a oposição abrir a caixa preta do Cruzeiro, e mostrar erros cometidos pelo atual comandante da Raposa.
O conselheiro nato também critica a tentativa de acordo da situação. "Acordo, negocia quem está por cima. Eles não estão por cima não, eles não têm direito de pedir nada. Dalai tem que assumir essa postura logo e marcar isso aí (reunião)", reiterou Sérgio Santos Rodrigues.
Sobre a pressão em Dalai Rocha, Sérgio fala que esse é o momento de pressiona-lo a marcar a reunião do Conselho Deliberativo para analisar o afastamento do atual presidente.
"Botar pressão no Dalai (Rocha) para dizer que estão dizendo que não vão renunciar (...) Eles não vão renunciar, entregar esse osso fácil não", opinou Rodrigues, que em contato com a reportagem confirmou a veracidade do áudio e fez questão de reiterar que a hora era sim de pressionar o senhor Dalai Rocha pela marcação da reunião.
Reunião essa que havia sido marcada para 21 de outubro, mas o encontro foi cancelado por causa de um "acordão" promovido à época por Zezé Perrella, que na última semana perdeu força dentro do clube e foi tirado do cargo de gestor de futebol.
Os opositores de Wagner Pires de Sá querem a marcação da reunião com agilidade. Há o receio de que, com a demora no chamamento oficial e cumprindo normas estatutárias, a convocação para o encontro aconteça próxima ao início da temporada 2020.
Segundo apurou o Hoje em Dia, já houve tentativa para articular essa reunião no dia 7 de janeiro. Em uma otra hipótese os conselheiros trabalham com a análise da saída de Wagner no dia 13 de janeiro.