Na eleição que elegeu o presidente Sérgio Sette Câmara no Atlético, apenas uma figura do Conselho Deliberativo surgiu como força opositora. 10 meses depois do pleito, o advogado e empresário Fabiano Lopes Ferreira segue o Galo de perto, até mesmo na função de comentarista esportivo da Rádio Ita. Nesta função, a visão precisa ser imparcial. Mas numa análise de conselheiro e opositor, Fabiano tece críticas ao colega Sette Câmara. A imparcialidade retorna quando o assunto é negócios. Dono da Multimarcas Consórcio - empresa que tem propaganda no telão do Independência -, ele quase virou parceiro do Cruzeiro.
Fabiano Cazeca, como é melhor conhecido, vem de uma campanha de Deputado Federal pelo PROS. Recebeu 19.698, e foi para a suplência. Um sentimento amargo, o mesmo que recebeu em dezembro de 2017, quando perdeu a eleição presidencial do Atlético (pela segunda vez) Sette Câmara. Na pele de comentarista esportivo da Rádio Ita (de Itapecerica-MG, cidade natal), o empresário faz críticas à gestão do rival e diz que o adversário ainda "não mostrou a que veio".
"(Sette Câmara) Até agora não fez nada, infelizmente nada. Não aconteceu nada. O Atlético tem que se classificar para alguma coisa. Lógico que o Brasileiro está quase impossível. Mas tem que pegar a Libertadores. Senão ele vai se apequenando cada vez mais. Na minha opinião jogar só no Independência apequena o time. Porque só coloca 20 mil pessoas. Porque não faz os grandes jogos no Mineirão. Sette Câmara ainda não mostrou a que veio. O time está apático, não tem padrão de jogo", afirmou.
Fabiano, que atendeu ao Hoje em Dia antes da demissão do técnico Thiago Larghi, na última semana, havia dito que era favorável à troca de comando na equipe alvinegra, citando a idade do ex-comandante como empecilho. Larghi, aos 38 anos, deu lugar a Levir Culpi, já com 65 anos. Como comentarista esportivo, o empresário mineiro tenta manter o distanciamento seguro para falas imparciais, até mesmo envolvendo jogos do Cruzeiro. Distância essa que, na parte de negócios, não existe.
"Já era para estar patrocinando o time do Cruzeiro, mas não deu certo. Já tinha a camisa pronta. Estava tudo pronto. Mas teve problema da Caixa, de concorrência. Seriamos patrocinadores ao lado da Caixa, nas costas. Mas como empresário, eu vejo como negócio", concluiu Fabiano, lembrando também que não seria um caso único em Minas Gerais, já que Pedro Lourenço, dono dos Supermercados BH e conselheiro do Cruzeiro, patrocina o Galo.