O Conselho Deliberativo do Atlético irá se reunir novamente em 2018 no próximo dia 27, numa terça-feira à noite. O encontro na Sede de Lourdes deve ter como tema principal a análise e a aprovação do orçamento para a próxima temporada. A tendência é de números modestos frente ao que foi traçado em anos anteriores.
O orçamento de 2017 - prevendo arrecadações em 2018 - indicava superávit de R$ 1.477.740,00, com arrecadação na casa de R$ 296 milhões e despesas em R$ 294.902.260,00. Tais números só poderam ser comparados à realidade quando o balanço de 2018 for publicado em abril de 2019. Mas, passados onze meses desta temporada vigente, já se sabe que os números traçados foram maiores que a realidade.
"Temos que apresentar até o fim do mês aos conselheiros. Faremos orçamento muito "pé no chão", como sempre fazemos. Orçamento é futurologia, porque quando fiz o orçamento em 2018, imaginava isso? Que o Atlético sairia precocemente de torneios, que não iria ter receita de bilheteria, que o sócio torcedor não seria produro legal esse ano? Foi um ano difícil, mas temos que pensar otimistamente. Nosso dever de casa começou já para 2019. Não tenho dúvida que temos que apresentar um time mais competitivo e que produza receita para o Fabel poder pagar os compromissos", explicou o diretor financeiro do Atlético, Carlos Fabel, à Rádio 98FM.
Além disso, outro tema em pauta, ao menos extra-oficialmente, é a situação calamitosa que o Atlético vive dentro dos cofres. Dívida milionária, queda de arrecadação diante de uma jornada de eliminações, baixa bilheteria, sócio em queda e sem grandes vendas. O presidente Sérgio Sette Câmara já avisou que pretende apresentar um estudo no qual indicaria soluções para o Galo - "Encomendei um trabalho para apresentar no fim de novembro e vou tentar achar soluções para que possamos colocar o Atlético nos trilhos do ponto de vista financeiro", havia dito.
O ponto em questão é a possibilidade de o Galo se desfazer de um de seus patrimônios para conseguir sobreviver frente a uma dívida de quase R$ 500 milhões, cujo os juros em tempos "normais" já retiram R$ 50 milhões anuais da carteira do clube alvinegro. A venda total do Diamond Mall (49% para a Arena MRV e 51% para sanar dívidas), conforme o próprio Fabel se disse favorável na entrevista à 98FM, é um caminho no qual o Atlético já procurou até empresas responsáveis por estudos visando a apresentação ao Conselho.
"Eu sou a favor. Acho que tem que se levar um projeto para o conselheiro, apresentando para ele que o serviço da dívida é impagável, o clube vai se endividar mais a cada dia, como foi nos últimos 25 anos com quase R$ 500 milhões. Mas tem que se criar regras, critérios para tomadas de novos recursos. Quanto pode se investir isso, aquilo. A decisão é do conselheiro, mas eu acho que estariamos em três anos em outro patamar, com o estádio, rendendo muito mais do que rende, por exemplo, o Diamond, que não é a nossa praia", completou Fabel.