Organização garante segurança no revezamento da tocha e pede fim do "pessimismo"

Estadão Conteúdo
Publicado em 29/01/2015 às 16:39.Atualizado em 18/11/2021 às 05:50.

Uma pergunta relativa à possibilidade de protestos durante os 100 dias do revezamento da tocha olímpica e a menção a eventuais atrasos em obras para os Jogos rendeu um breve momento de mal-estar na cerimônia festiva realizada no fim da manhã desta quinta-feira (28), no Rio. O presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, e representantes de empresas patrocinadoras do evento garantiram a segurança e pediram o fim do "pessimismo".

A segurança pública e os protestos que vêm ocorrendo pelo Brasil sempre foram temas recorrentes em entrevistas coletivas sobre os Jogos, principalmente entre jornalistas estrangeiros. Nesta quinta, Nuzman assegurou que a passagem da tocha por 250 cidades brasileiras, incluindo todas as capitais, já é motivo de estudo dos órgãos de segurança do País.

"O governo federal já está envolvido e estará estabelecendo toda a segurança em conjunto com os governadores e prefeitos de onde a tocha passará. Esse é um trabalho que é totalmente unido, e que certamente dará tranquilidade a todos", disse.

Pouco depois, um correspondente estrangeiro retomou o assunto e, além de abordar os protestos, citou supostos atrasos em obras e a polêmica envolvendo a despoluição da Baía de Guanabara. François Dossa, presidente da Nissan do Brasil - que, com Coca-Cola e Bradesco, patrocina o revezamento - quis responder.

"Pode haver protesto, sim. O Brasil é uma democracia e pode haver protesto, isso não vai impedir de ter a tocha. Por nós pode haver protesto, que não há problema com isso", declarou. "Mas eu esperava essa pergunta de um brasileiro."

O executivo foi além. "Eu sou francês, então eu posso falar um pouquinho disso. Muitas vezes o brasileiro é muito pessimista em relação ao país dele, 'ah, não vai dar certo, a gente não vai conseguir fazer'. Tudo isso se falava da Copa do Mundo, e a Copa do Mundo foi um exemplo de organização", considerou Dossa.

"Eu moro aqui no Rio e o carnaval, cinco minutos antes de a escola de samba entrar na avenida, parece que nunca vai dar certo. E sempre dá certo. O Brasil tem que ter fé de que nós vamos saber organizar os melhores Jogos da história, com protesto ou sem protesto", continuou o executivo.

Outro que pediu a palavra foi Flavio Camelier, vice-presidente da Coca-Cola do Brasil para os Jogos Olímpicos. "Olhamos como grande oportunidade e não como potencial risco de protesto. O engajamento do público brasileiro já é muito alto. Estamos mais preocupados em fazer funcionar perfeitamente do que com protesto."

Carlos Arthur Nuzman disse que "essa pergunta foi feita nos Jogos Pan-americanos (de 2007), e depois foram obrigados a dizer que foram os maiores Jogos da história". O dirigente declarou ainda que tem "a certeza de que vamos ter o aplauso de todos vocês".

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