Paixão pela pelota: Palco de Cerro Porteño x Atlético, Assunção respira futebol

Lucas Borges
Publicado em 10/04/2019 às 15:05.Atualizado em 05/09/2021 às 18:10.
 (Fotos/Lucas Borges/Assunção)
(Fotos/Lucas Borges/Assunção)

ASSUNÇÃO  - Basta dar poucos passos pelas ruas de Assunção para notar que a cidade respira futebol.

Dez dos doze times que disputam a primeira divisão do Campeonato Paraguaio têm sede na capital paraguaia ou na Região Metropolitana.
 
Os principais são o Olimpia, tricampeão da Copa Libertadores, e o arquirrival Cerro Porteño, adversário do Atletico nesta quarta-feira (10), às 19h15, pela quarta rodada do Grupo B da principal competição do continente. 
 
Equipes tradicionais como Libertad, Guaraní e Deportivo Luqueño, que disputam com frequência as competições sul-americananas, também contam com muitos torcedores em Assunção. 
 
Tal cenário causa uma espécie de overdose de futebol na cidade. Assim como no Brasil, basta ter um jogo em andamento que todas as atenções se voltam para a televisão de bares, restaurantes e até aeroportos. Não importa o local. 
 
Nos dias que envolvem as disputas, é comum se deparar com rodas de conversas nas ruas. Sejam homens, mulheres, idosos e até crianças, o importante é dar uma palhinha sobre a rodada do campeonato. 
Dono de uma banca de jornais no centro da capital, Ricardo Medina é um apaixonado pelo Cerro Porteño. 
 
Aos 54 anos, o comerciante conta que frequenta o estádio desde criança e que não vê a hora de encerrar o expediente para correr para o estádio Nueva Olla para acompanhar o duelo entre Cerro e Galo. 
 
“Boa parte da minha vida foi dentro do estádio. É um amor muito grande pelo clube. A hora agora é de conquistar a taça”, completa Ricardo, fazendo referência a obsessão da torcida do Cerro pela conquista do primeiro título da Libertadores. 
 
Medina também afirma que a maioria das pessoas que compra jornais em sua banca está atrás de notícias de esporte, especialmente sobre futebol. 
 
“Todo mundo quer saber notícias do seu time. Em dias de jogos, a procura aumenta ainda mais”, revela. 
 
Comércio 
 
O interesse pelo futebol também reflete diretamente na venda de itens esportivos. 
 
Como as lojas licenciadas dos clubes comercializam os produtos a um preço acima do que grande parte da população paraguaia pode pagar, a saída é optar pelos vendedores ambulantes.
 
Fixada em uma das principais ruas do centro de Assunção, Mirella Vargas oferece camisas e adereços dos principais times da cidade e da seleção paraguaia. 
 
Gorros, bermudas, bandeiras e até cuecas samba-canção do time de coração. Tem produto para todos os gostos. 
 
“Já nem lembro mais quando comecei a vender. Tem muitos anos que sobrevivo  vendendo as camisas dos times daqui”, afirma a senhora. 
 
Mirella revela que quando a Libertadores começa, a procura aumenta, principalmente quando as equipes paraguaias estão bem na disputa. 
 
“Tenho camisas do Cerro, Olimpia, Guaraní, Libertad, e até do Boca Juniors, para os argentinos que nos visitam”, completa a vendedora, que mostra orgulhosa as camisas distribuídas sobre uma pequena bancada”.
Foto Assunção Lucas Borges torcedores Cerro Porteño

Mirella Vargas ganha a vida nas ruas da capital paraguaia vendendo produtos paralelos dos principais clubes da cidade e até de outros países

Rivalidade 
 
A rivalidade em Assunção não se restringe apenas à disputa entre os principais times. 
 
A derrota na final da Libertadores de 2013 para o Atlético ainda está viva na memória de torcedores do Olimpia. 
 
O taxista Ramón Vázquez, aficcionado pelo Rei de Copas, como é conhecido o Olimpia pelos seus torcedores, se mostrou confuso ao ser questionado para quem vai torcer no duelo entre Cerro e Atletico. 
 
“Torcer para o Mineiro (Atlético) não dá. Nos tiraram uma Copa. Mas o Cerro também nunca pode ganhar. Então, um 0 a 0 está bom”, completa o taxista, com bom humor.
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