(Bruno Cantini/Atlético e Vinnicius Silva/Cruzeiro)
“No Brasil, o ano começa mesmo depois do Carnaval”. Quem nunca ouviu a frase, dita num tom de ironia e seriedade? Pois para os dois principais clubes do futebol mineiro, se a bola já rola desde a terceira semana de janeiro, não é exagero aplicar o dito popular.
Galo e Raposa iniciam, ainda em meio à movimentação momesca, seu principal desafio na temporada. E dão início a um mês em que estarão em campo sete vezes em três semanas, o que exigirá muito dos grupos de Levir Culpi e Mano Menezes.
No caso do alvinegro, não é o caso de minimizar os confrontos eliminatórios contra os uruguaios Danubio e Defensor, mas a razão de ser de ambos era a sonhada vaga no Grupo E, com uma disputa que tem início na quarta-feira de Cinzas, de volta ao Mineirão, contra o Cerro Porteño, do Paraguai.
É a fase de grupos a que reforça os cofres com a premiação da Conmebol e a perspectiva de chegar mais longe (e arrecadar ainda mais), algo que faltou ano passado, quando o Galo acabou eliminado ainda na primeira fase da Sul-Americana.
E o retorno ao Gigante da Pampulha traz a perspectiva de públicos capazes de garantir rendas ainda mais generosas, fazendo com que o eventual sucesso em campo se reflita em um reforço nos cofres.
Para a Raposa, o fato de não depender da fase prévia da competição internacional deu, a Mano, tempo para trabalhar e descansar o grupo, o que deixa de acontecer a partir de agora.
O ‘sprint’ que começa quinta-feira, diante do Huracán, em Buenos Aires, prevê, uma semana depois, receber os venezuelanos do Deportivo Lara – e diferentemente de 2018, o torcedor espera que um bom começo encaminhe a classificação, sem levar a angústia às rodadas finais.
MINEIRO
Como se não bastasse, o “quarta-domingo” (ou quarta-sábado” se intensifica com o fim da primeira fase do Campeonato Mineiro, em rodadas nos dias 9 e 10; 16 e 20.
Logo em seguida o calendário prevê a disputa das quartas de final, em partida única, quando já será mais complicado administrar o grupo e poupar jogadores importantes.
A correria se estende com o jogo de ida das semifinais do Estadual, nos dois casos, antecedendo mais uma partida pela Libertadores. Um quebra-cabeças para treinadores e preparadores físicos, obrigados a lidar com uma sequência pesada de treinos e partidas. Para o torcedor, a expectativa de motivos para festa no ‘ano novo’.