Pelé se diz frustrado com atraso nas obras da Copa do Mundo

Marcio Dolzan e Ronald Lincoln Jr.
06/02/2014 às 08:57.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:50

(FRANÇOIS GUILLOT)

Pelé está triste. O Rei imaginava que o Brasil aproveitaria a oportunidade de sediar a Copa para mostrar ao mundo uma imagem de país moderno e competente, mas ficou frustrado com os atrasos nas obras para o Mundial. Nesta quarta-feira, ele lembrou que o Brasil teve muito tempo para se preparar e que está perdendo a oportunidade de "faturar" com a competição.

Antes de participar da inauguração da primeira loja no Brasil da marca francesa de relógios que patrocina a Copa do Mundo, na noite da última quarta, Pelé falou com exclusividade ao jornal O Estado de S. Paulo. Embora tenha procurado demonstrar confiança de que o torneio acontecerá sem maiores sobressaltos, ele não escondeu sua tristeza pelo atraso na entrega de estádios e de diversas obras de infraestrutura prometidas na candidatura do País.

"Eu fiquei triste porque quando foi para ganhar o direito de sediar a Copa, nós passamos quatro anos fazendo visitas. Eu fui um dos que foram para vários lugares, na África, na Ásia, na Europa, para pedir votos para que o Brasil ganhasse o direito de sediar o Mundial", recordou. "É difícil dizer por que isso está acontecendo, mas a gente tinha tempo."

Na opinião do Rei do Futebol, os atrasos deverão se refletir não apenas na organização da Copa, mas também na economia brasileira. "É triste porque era uma oportunidade para o Brasil não só em termos de futebol. Com Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíada, é uma oportunidade para trazer turistas, faturar bastante e, infelizmente, estamos capengando um pouco nisso."

Pelé comentou também as manifestações que se espalharam pelo Brasil nos últimos meses, muitas delas criticando a realização do Mundial no País. Ele considera os movimentos legítimos, mas diz que os protestos não deveriam acontecer durante a Copa. "Vamos reivindicar? Vamos, mas vamos reivindicar sempre, não agora que temos esse momento de faturar", disse. "O futebol sempre promoveu o Brasil. Nesse momento, o futebol, o jogador não tem nada a ver com a má administração política, com a corrupção."
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