(Bongiwe Mchunu)
Oscar Pistorius não se aguentou. Nesta segunda-feira (10), exatamente uma semana depois do início do julgamento do assassinato da modelo Reeva Steenkamp, o atleta sul-africano vomitou ao ouvir a descrição da autópsia realizada em sua namorada. A audiência desta manhã, realizada em Pretória (África do Sul), também presenciou o choro do esportista, um dos maiores da história das Paralimpíadas.
Desde a última segunda-feira (3), quando o julgamento da morte de Reeva se iniciou, Pistorius manteve-se frio. Permanecia, na maior parte do tempo, olhando para o chão e esboçava poucas reações. Nesta manhã, porém, desabou. Quando o legista Gert Saayman começou a descrever, com detalhes, os ferimentos que o sul-africano havia provocado na namorada, o atleta mudou a feição, cruzou as mãos na nuca, abaixou a cabeça e vomitou.
Já sabendo do choque que tal descrição poderia causar, a juíza do caso, Thokozile Masipa, impediu que o depoimento do professor de medicina forense da Universidade de Pretória fosse transmitido ao vivo, como o resto do julgamento. "Não acontecerá a transmissão (áudio e vídeo) ao vivo. Isto também inclui o Twitter", declarou Masipa, em resposta a um pedido de Gert Saayman, logo no início da audiência desta segunda.
Oscar Pistorius vem sendo julgado pelo assassinato da modelo e namorada Reeva Steenkamp. O sul-africano a alvejou em fevereiro do ano passado, mas diz ter se tratado de um engano. Segundo Pistorius, ele acordou nas primeiras horas do dia dos namorados para pegar um ventilador, quando ouviu um barulho no banheiro. Sentindo-se inseguro por estar sem suas próteses, o velocista pegou a pistola 9mm que guardava na cabeceira da cama e atirou quatro vezes através da porta.
Só depois disso ele percebeu que Reeva não estava na cama e poderia ter sido atingida por engano. Ele, então, colocou as próteses e chamou ajuda para carregar a modelo até a parte inferior da casa, onde ela morreu antes da chegada dos médicos. Segundo os relatos das testemunhas dos primeiros dias de julgamento, foi possível ouvir gritos de uma mulher momentos antes dos disparos, o que contradiz a versão de Pistorius. O julgamento do atleta está previsto para acontecer até o dia 20 de março. Caso seja considerado culpado, ele pode ser condenado à prisão perpétua.