Até agora pouco se falou, propriamente de futebol, no que diz respeito à final do Campeonato Mineiro. A grande decisão envolvendo Cruzeiro e Atlético está entregue às polêmicas sobre torcida única no Independência (no segundo e decisivo duelo) e discussões entre dirigentes de Raposa, Galo e Federação Mineira de Futebol. No meio desse 'fogo cruzado' está a Polícia Militar de Minas Gerais, que por seguir o que ela chama de “protocolo de segurança” do Horto - para jogos envolvendo torcidas rivais - tem recebido uma avalanche de críticas.
Em momento turbulento, a PM passou a evitar entrevistas à imprensa desde a última segunda-feira (24), data da reunião que definiu detalhes do clássico. Segundo informações obtidas pelo Hoje em Dia, o diálogo da corporação agora será feito diretamente com as torcidas organizadas e diretorias de dos dois finalistas.
Justamente nesta quinta-feira (27), representantes da Polícia e das organizadas dos clubes se reuniram no Mineirão. Um dos temas mais abordados na reunião foi o jogo decisivo, marcado para o dia 7 (domingo), no Independência. A opinião da PM explicitada aos torcedores, é que a grande responsabilidade de todas as polêmicas é da Federação Mineira de Futebol (FMF), que não fez valer o artigo 27 do regulamento do Campeonato Mineiro.
Neste artigo consta que os mandos de campo nas semifinais e finais do Mineiro são da entidade. No entanto, os clubes também poderiam, na visão da PM, ter resolvido tais polêmicas sem jogar “lenha na fogueira”, e por isso foram considerados também "culpados" por toda a confusão no pré-clássico. A reunião durou cerca de duas horas e aconteceu na sala de imprensa do Mineirão.
A reportagem do Hoje em Dia tentou acesso à reunião, mas por orientação da Polícia Militar não pode adentrar ao estádio. Segundo fontes que acompanharam o encontro, a ideia dos militares era não “dar holofote e trazer mídia” para a conversa desta quinta.

Quase esquentou
Na saída, torcedores das duas principais organizadas se estranharam na área externa do estádio, mas, apesar de muita hostilidade, a situação não passou das provocações. A polícia, curiosamente, não estava por perto, pois permanecera no interior do Gigante da Pampulha
O capitão Felipe, por sua vez, que conduziu a reunião, não quis conceder entrevista.
Como os relatos do teor da reunião foram dados por torcedores das duas equipes, o Hoje em Dia continua aberto a ouvir a Polícia, caso seja de interesse da mesma esclarecer possíveis desencontros de informações.
Cruzeiro e Atlético se enfrentam no próximo domingo e, como a Raposa é a mandante do primeiro jogo da final do Estadual, apenas 5.700 atleticanos poderão ir ao Mineirão, o que corresponde a 10% da carga total disponibilizada.
No jogo de volta, no Independência, a tendência é que, por medida de segurança - argumento dado pela PM -, apenas torcedores do time alvinegro estarão in loco.
