Por medo do vírus zika no Rio, campeão olímpico em Londres-2012 congela esperma

Estadão Conteúdo
08/06/2016 às 13:12.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:48

(Instagram)

Campeão olímpico do salto em distância em Londres-2012, Greg Rutherford resolveu congelar o seu esperma por causa do medo de contrair o vírus zika durante o período de disputa dos Jogos do Rio, em agosto. A revelação foi feita por Susie Verrill, esposa do atleta britânico, após decisão preventiva tomada pelo casal, preocupado com a propagação de casos da doença no Brasil.

Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e que pode acabar provocando microcefalia em bebês, o vírus zika vem sendo temido por alguns competidores que estarão no Rio-2016. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, convocou para a semana que vem uma reunião de emergência para lidar com o surto do vírus, embora não deva sugerir o cancelamento do grande evento a ser realizado no Brasil.

Medalhista de ouro em Londres, Rutherford tem um filho de apenas um ano, chamado Milo. Mãe do bebê, Susie Verrill não irá viajar aos Jogos do Rio para acompanhar o marido. O vírus zika também pode ser transmitido por meio de relação sexual e há
temores de que o vírus propagado pelo Aedes aegypti contribua para a síndrome de Guillain-Barré em adultos, uma enfermidade que provoca fraqueza muscular quando o sistema imunitário danifica o sistema nervoso periférico.

"As notícias do zika têm provocado preocupação sem fim, se formos falar de forma honesta", afirmou Verrill, em um artigo publicado pela revista Standard Issue, no qual a esposa de Rutherford explicou que os conselhos dados por "mais de 100 especialistas médicos" que abordaram o assunto foram um "enorme fator" para a decisão de congelar o esperma de seu marido. "Gostaríamos de ter mais filhos e não gostaria de me expor a uma situação que eu poderia prevenir", enfatizou.

Na última terça-feira, dias depois de 150 especialistas estrangeiros pedirem, em carta aberta, o adiamento da Olimpíada no Rio por causa do risco de propagação do zika, cientistas brasileiros se posicionaram em defesa do evento. Um grupo de oito pesquisadores ligados à Fundação Oswaldo Cruz e à Fundação Getúlio Vargas divulgaram um documento em que listam argumentos para a manutenção da Olimpíada no Rio.

Na semana passada, por sinal, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, já havia classificado como exagero a carta dos cientistas estrangeiros. Ele lembrou que foram mobilizados 3,5 mil agentes externos e 2,5 mil funcionários para trabalhar tanto em ações de prevenção quanto de reforço na assistência à saúde no combate ao zika. Barros falou sobre o assunto ao anunciar o lançamento de um edital de R$ 65 milhões para financiar pesquisas sobre prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças relacionadas ao vírus.
http://www.estadao.com.br

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