Se a primeira fase da Liga dos Campeões da Europa teve uma surpresa, ela veio do litoral sul da Espanha. Logo em sua estreia na competição continental, o Málaga acabou a etapa inicial invicto e à frente do poderoso Milan, em primeiro lugar do Grupo D.
Nesta terça, em Portugal, a equipe andaluzina terá a chance de dar um passo ainda maior em confronto com o Porto, bicampeão do torneio, no jogo de ida das oitavas de final da competição.
Ainda que surpreenda, a rápida ascensão do Málaga tem explicação: o xeque catariano Abdullah Al-Thani comprou o clube há quase três anos, período em que abriu os cofres e contratou jogadores conhecidos internacionalmente, como os meias brasileiros Júlio Baptista e Lucas Piazon e o zagueiro uruguaio Lugano - curiosamente, por ainda não apresentarem ritmo ideal de jogo, nenhum deles deve ser titular nesta terça. Ainda assim, a mistura entre boa fase e petrodólares parece o combustível ideal para que a equipe sonhe com uma vaga nas quartas.
"Iremos a Portugal para ganhar. Fomos muito bem na fase de grupos, e, apesar de estarmos com os pés firmes no chão, acredito que podemos conseguir um bom resultado em Porto", disse o meia Ignacio Camacho antes de embarcar para o país vizinho.
De qualquer maneira, para voltar para casa com pelo menos um ponto, a equipe espanhola terá que superar o desfalque do meia Eliseu, lesionado. Mas não foi só do lado do Málaga que os petrodólares ajudaram a formar o confronto desta quarta. O Porto se classificou sem segundo lugar do Grupo A, atrás do Paris Saint-Germain - outra equipe sustentada por um xeque catariano, o magnata Nasser Al-Khelaifi. Mesmo com a desvantagem financeira, o técnico Vítor Pereira prefere esquecer a tradição - o Porto venceu a Liga dos Campeões em 1987 e 2004 - e apostar na qualidade do próprio elenco para sair na frente na briga por uma vaga nas quartas.
"Se o passado entrasse em campo, a vitória estaria garantida. Mas é o presente que conta. O Málaga está na quarta posição do Campeonato Espanhol e provou que tem competência, ficando à frente de Milan e Zenit. Mas nós também provamos que temos qualidade - individual e coletiva - para passar desta fase", explicou.
A campo, o treinador deve mandar uma equipe com quatro brasileiros e o atacante James Rodríguez, que estava lesionado. O ex-corintiano Liédson deve começar no banco de reservas.