
Uma das equipes mais tradicionais do vôlei brasileiro, o Vivo/Minas tem como “suporte” a força feminina. Na quadra, entre as cravadas e berros dos marmanjos, a psicóloga Camila de Castro Barros, de 32 anos, acompanha, de forma serena, o time durante toda a temporada.
Nos jogos, ela marca presença no banco, ao lado da comissão técnica, como neste sábado (8), na Arena JK. Às 10h, o Minas disputa com o RJ Vôlei, do Rio de Janeiro, a primeira partida das quartas de final da Superliga Masculina.
Se engana quem pensa que apenas o potencial técnico ganha jogo. “Algumas questões pessoais podem interferir no dia a dia do atleta. Alguns casos podem provocar até a queda do rendimento do jogador em quadra. Trabalho para minimizar estas questões”, ressalta Camila.
Nos períodos decisivos, como agora, ela é sempre peça fundamental. “Os jogadores ficam sob pressão e ansiosos, eles sentem mais necessidade da minha presença. Mas trabalho com eles durante toda a temporada”, diz.
E se não fosse esse trabalho “extra quadra”, talvez a equipe não estivesse tranquila. O Minas passou por momento de instabilidade e mudança de técnico no decorrer da competição. “Mesmo com tudo isso, o grupo se manteve fechado e unido. Por isso é importante ter esse acompanhamento durante toda a temporada. É claro que tais mudanças mexeram muito com eles, mas não desestabilizou o time”, pontua a psicóloga, única presença feminina do grupo.
O confronto que se inicia hoje é, sem dúvida, o mais equilibrado das quartas de final. E o técnico do RJ Vôlei, Marcelo Fronckowiak, garante que seus comandados vão se superar. Atuais campeões da Superliga, o grupo também passou por problemas durante a fase classificatória. Em crise financeira, viu a debandada de seus principais jogadores.
“O quinto lugar na fase classificatória nos deixou orgulhosos e agora vamos ao limite de nossas forças nos playoffs. Vejo brilho nos olhos de meus jogadores e isso é muito importante. Sabemos que serão confrontos difíceis contra o Minas, mas queremos estar competitivos e honrar a trajetória do voleibol carioca”, afirma Fronckowiak.
Favorito
O outro time de Belo Horizonte, o Sada/Cruzeiro, atual vice-campeão nacional, também entra em quadra hoje, às 21h30, no Ginásio do Riacho, em Contagem. Como “o time a ser batido” nesta Superliga, ele enfrenta o Moda/Maringá (PR).
A disputa do primeiro colocado contra o oitavo pode não ser a mais equilibrada dessa fase, mas terá, certamente, um clima amistoso. No comando de ambos os times estão técnicos argentinos e amigos de longa data: Marcelo Mendez, pelo lado celeste, e Horário Dileo, ex-Minas Minas, na equipe paranaense.