O proprietário do Catania admitiu que manipulou cinco jogos da segunda divisão da Itália com a intenção de impedir que o clube siciliano fosse rebaixado. Antonino Pulvirenti também revelou ter feito pagamentos no total de 500 mil euros (aproximadamente R$ 1,7 milhão) durante confissão em uma audiência preliminar. Ele foi uma das sete pessoas presas na semana passada sob a acusação de fraude esportiva.
"A investigação ainda precisa ser concluída, mas agora tudo será muito mais simples", disse o promotor Giovanni Salvi, acrescentando que Pulvirenti garante que não fez apostas envolvendo esses jogos.
Os cinco jogos sob investigação foram disputados contra Varese, Trapani, Latina, Ternana e Livorno. O Catania ganhou os quatro primeiros duelos em abril e empatou com o Livorno em 1 a 1 no dia 2 de maio.
O Catania terminou em 15º lugar na segunda divisão italiana, disputada por 22 equipes, evitando o seu rebaixamento. Com a investigação, porém, o clube pode cair para a quarta divisão.
"Estamos preocupados que um clube da segunda divisão possa manipular cinco jogos pagando 100 mil euros por jogo. Isso é algo que nós nunca gostaríamos de ver no
futebol", disse Gianni Infantino, secretário-geral da Uefa, em Praga. "É claro que as pessoas que manipulam partidas não têm nada para fazer no futebol. Elas têm que ser excluídas do futebol".
O chefe-executivo do Catania, Pablo Cosentino, e o ex-diretor esportivo Daniele Delli Carri também foram presos, assim como cinco como agentes esportivos e de apostas. Pulvirenti anunciou sua renúncia à presidência do Catania depois de ser preso. Os cinco clubes nomeados também serão alvos de apuração, enquanto os jogadores do Livorno, Varese e Trapani já estavam sob investigação.
O Catania foi rebaixado há um ano, depois de oito temporadas consecutivas na elite do futebol italiano, logo depois de ter encerrado o campeonato de 2013 em oitavo lugar, igualando a sua melhor participação no torneio nacional.
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