(Vipcomm/Divulgação)
A Justiça da Suíça vai se pronunciar até o dia 13 de agosto sobre o pedido de extradição de José Maria Marin feito pelos Estados Unidos. Advogados ligados ao caso disseram à reportagem que o ex-presidente da CBF será ouvido nesta terça-feira (14) em Zurique em uma audiência. Ele e seus advogados pretendem rejeitar a extradição solicitada pelos norte-americanos - o que obrigará a corte a julgar o caso, avaliar o pedido dos EUA e se pronunciar em um prazo de no máximo 28 dias.
Marin foi preso no dia 27 de maio em Zurique, acusado pela Justiça norte-americana de ter organizado e recebido subornos em território norte-americano. No pedido de extradição, a Justiça dos Estados Unidos mostra como o brasileiro se reuniu na Flórida em abril de 2014 para discutir com o empresário J. Hawilla o pagamento de propinas relativas aos direitos da Copa do Brasil. A conversa foi gravada pelo executivo da Traffic.
Também nos Estados Unidos, empresários fecharam acordos para o pagamento de propinas para Marin e outros cartolas envolvendo a Copa América. Outro argumento dos norte-americanos é de que parte desta propina foi paga usando o sistema financeiro do país.
Os advogados de Marin confirmaram à reportagem que, nesta fase do processo, não será questionado ao brasileiro se ele é ou não culpado. O que se avalia é se a extradição tem ou não base. Para tentar livrar Marin, os advogados vão tentar mostrar aos juízes suíços que os indícios não são suficientes e que os crimes supostamente cometidos sequer são considerados nas leis domésticas suíças.
Divergência
O Departamento de Justiça tem outra opinião e indicou já no dia 27 de maio que o pedido norte-americano tinha "base" e que as evidências foram consideradas "suficientes" para que houvesse a operação que levou à prisão de sete dirigentes em um hotel de Zurique.
Os suíços terão 14 dias a partir desta terça-feira para avaliar o pedido de extradição, prazo que pode ser ampliado por mais 14 dias se os advogados solicitarem. Se a Suíça der sinal verde para a extradição, Marin promete apelar. Haveria então mais duas instâncias, o que arrastaria a decisão até o final do ano - e com ele preso em Zurique até lá.
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