Privilégio nas transmissões prejudica times mineiros

Felipe Torres - Do Hoje em Dia
15/06/2012 às 17:20.
Atualizado em 21/11/2021 às 22:53
 (Editoria de Arte)

(Editoria de Arte)

A camisa 49 alvinegra vai causar rebuliço no gramado e nas cadeiras do Morumbi no domingo, às 16 horas. Afinal, Ronaldinho Gaúcho, a contratação mais badalada do futebol brasileiro nos últimos meses, promete levar o Atlético à liderança do Campeonato Brasileiro, nesta quinta rodada. Do outro lado, o anfitrião São Paulo, do técnico Emerson Leão, semifinalista da Copa do Brasil, quer embalar na competição e encostar nos líderes.


Só que para assistir a este esperado clássico, que decidiu a edição do Nacional de 1977, os torcedores mineiros terão, mais uma vez, que pagar. Isso mesmo, a partida não consta na relação dos três jogos a serem transmitidos pela TV aberta no fim de semana, segundo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A lista inclui Palmeiras x Vasco, que atende à praça do Rio de Janeiro; Flamengo x Santos, a de São Paulo; e Bahia x Sport, a do Recife. Assim, resta aos mineiros aderirem ao sistema do pay-per-view, ou ligarem o tradicional radinho. E, caso não haja mudanças, a situação não tende a melhorar.

A CBF já adiantou o planejamento de exibição dos jogos da Série A até a 19ª rodada. Como visitantes – os jogos em Belo Horizonte, na condição de mandantes, são exclusivos dos canais pagos – o Atlético poderá ser acompanhado no Estado numa única oportunidade (contra o Fluminense, no seu 13º compromisso), e o Cruzeiro em três (Corinthians, 12º, Santos, 15º, e Coritiba, 18º).

Ambos são superados, por exemplo, pelo Sport, time de expressão bem menor que a dupla Galo e Raposa, que terá quatro jogos na TV aberta no turno.

Dos seus dez confrontos como visitante, nas primeiras 19 rodadas, o Flamengo aparecerá nas telas do Rio de Janeiro em oito deles, o que representa um impressionante índice de 80%. Os paulistas vão vibrar em sete dos dez jogos do São Paulo (70%), de Lucas e Luis Fabiano.

Rede Globo prioriza Rio e São Paulo

“A Rede Globo, que detém os direitos de transmissão, está atrás apenas de audiência e de lucros. E os times do eixo Rio-São Paulo contam com as maiores torcida. Porém, o cenário causa uma desigualdade considerável quando o assunto é a marca dos clubes”, afirma Amir Somoggi, especialista em marketing esportivo.

O diretor de marketing do Cruzeiro, Marcone Barbosa, avaliza as palavras de Somoggi. O dirigente garante que a pouca exposição prejudica o fortalecimento da imagem do clube em Minas Gerais e nos outros cantos do Brasil.

“Os patrocinadores são menos divulgados, a torcida não cresce e perdemos no valor da marca. E, pelo que foi programado no momento, somente seis ou sete jogos do Cruzeiro serão exibidos pela TV aberta durante o campeonato. Os cariocas e paulistas terão o dobro”, lamenta Barbosa.

Um jogo para as praças fora do eixo

A Rede Globo exibe três jogos por rodada, sendo que os dois de rede são repassados à Bandeirantes. Seus patrocinadores decidem quais deles devem ser transmitidos, sem influência dos clubes. Por razões comerciais, Rio e São Paulo sempre ganham espaço e estão presentes em todas. Em algumas ocasiões, como na terceira rodada, os cariocas tiveram dois duelos de seus clubes transmitidos para o Rio de Janeiro.

Assim, sobra uma partida em TV aberta para as praças de Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Recife e Salvador.

“Atlético e Cruzeiro, como Grêmio e Internacional, deveriam brigar para tentar reverter este quadro. Se continuar tudo como está, o eixo Rio-São Paulo vai continuar predominando”, avisa Somoggi.

 

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