“Quem escolheu o profissionalismo está na contramão”, diz CBBoxe

Gazeta Press
19/12/2013 às 10:26.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:54

Dos três medalhistas olímpicos do Brasil nos Jogos de Londres-2012, dois decidiram abrir mão de lutar no Rio de Janeiro-2016 para atuar profissionalmente. Mauro José da Silva, presidente da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe), vê Esquiva e Yamaguchi Falcão na direção equivocada, embora respeite a decisão dos irmãos.

"Não tenho receio algum (de perder outros boxeadores amadores). Quem escolheu o profissionalismo hoje está na contramão. O boxe olímpico vem recebendo apoio do Ministério do Esporte, do Comitê Olímpico Brasileiro, da CBBoxe e da Petrobras", afirmou o dirigente à "Gazeta Esportiva".

A demora na concessão do Bolsa Pódio, benefício do governo federal voltado aos Jogos Olímpicos, foi um dos motivos que levaram Esquiva e Yamaguchi para o boxe profissional. A tendência é que, a partir de 2014, a Petrobras diminua seu investimento em modalidades olímpicas.

Além de Esquiva (prata) e Yamaguchi (bronze), Adriana Araújo (bronze) também medalhou nos Jogos Olímpicos de Londres. Diferentemente dos dois irmãos Falcão, a lutadora permanece no amadorismo, mas deixou a Seleção de maneira pouco amistosa.

"Respeito a decisão do Esquiva e do Yamaguchi. Eles têm o direito de decidir. Vivemos em um pais democrático e desejo sorte a eles. Os três medalhistas olímpicos nos deram imensa alegria e seremos eternamente gratos a todos eles", afirmou Mauro José da Silva.Em vez de falar sobre Esquiva, Yamaguchi e Adriana, o presidente da CBBoxe acha melhor valorizar os feitos alcançados pelos atuais lutadores da Seleção na temporada. Róbson Conceição (prata) e Éverton Lopes (bronze), por exemplo, subiram ao pódio no Mundial - o primeiro já tem proposta para lutar profissionalmente.

"A gente valoriza quem está representando a Seleção. O ano foi extremamente positivo e os resultados mostram que estamos no caminho certo. Nosso trabalho é voltado às dez categorias masculinas e três femininas para que o Brasil não dependa de um ou dois atletas, o que não significa que não reconheçamos os três medalhistas olímpicos", disse o presidente.

De volta ao boxe após alguns meses de inatividade, David Lourenço, campeão mundial e olímpico juvenil em 2010, espera retornar à Seleção Brasileira depois de deixar o grupo de maneira conturbada. Mauro José da Silva não se alongou, mas desejou sorte ao lutador.

"Já falei muito sobre o David. Conversamos com esse moço por dois anos e meio. É o que você precisa fazer, dar o máximo de chances possível ao atleta. Mas não acontecia nada da outra parte. Somos gratos ao David e esperamos que consiga se recompor. Ele é jovem e tem muito talento", declarou o dirigente.

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