Queniano Kipchoge vence maratona; Paulo Roberto é 15.º e Marilson decepciona

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte
Publicado em 21/08/2016 às 12:15.Atualizado em 15/11/2021 às 20:28.
 (Olivier Morin/AFP)
(Olivier Morin/AFP)

Eliud Kipchoge é o novo campeão olímpico de maratona. Queniano de 31 anos, medalhista nos 5.000m, em pista, nos Jogos de Atenas-2004 e Pequim-2008, ele correu os últimos 6km deste domingo sem qualquer adversário e completou a prova, no Sambódromo, com o tempo de 2h08min44. Foi seguido, de muito longe, pelo etíope Feyisa Lilesa e pelo norte-americano Galen Rupp, que escaparam do pelotão junto com ele. Lilesa fez a prova em 2h09min54s e foi seguido de perto pelo americano: 2min10s05.

Kipchoge era tido como um dos favoritos da prova, ainda que não fosse o queniano mais cotado. Ele obteve vitórias importantes durante o ciclo olímpico, com destaque para Chicago (2014), Roterdã (2014) e Hamburgo (2013). Lilesa nunca venceu no circuito das grandes maratonas e teve sua convocação bastante contestada na Etiópia, enquanto Rupp, de 30 anos, também originário das pistas (foi prata nos 10.000m em Londres), foi a grande surpresa da prova. Ele não tem experiência em maratonas e foi quinto nos 10.000m no Rio, há apenas oito dias.

Paulo Roberto de Paula foi o melhor brasileiro, em 15.º lugar, com o tempo de 2min13s56, a mais de cinco minutos do campeão. A marca é boa pelas condições da prova. Marilson dos Santos e Solonei da Silva não fizeram boas provas e ficaram muito longe do melhor que podem fazer, respectivamente em 59.º e 78.º lugares, a mais de 10 minutos do campeão.

Chegaram à Praça da Apoteose junto com atletas que chegaram ao Rio-2016 com a meta de completar a maratona. Pouco para quem, como Solonei, foi sexto no Mundial de 2013. Ainda mais para Marilson, quinto nos Jogos de Londres.

Os quenianos protagonizaram a corrida desde que o primeiro pelotão foi formado, ainda na Av. Presidente Vargas, com mais de 50 atletas. Chovia forte nos primeiros quilômetros, o que fez com que o ritmo de prova fosse mais baixo do que esperado. Mais de 60 atletas ainda estavam separados por menos de 10 segundos no quinto quilômetro. Abraham Niyonkuru, de Burundi, que liderava naquele momento, depois nem conseguiu completar a prova.

Aos 15km, eram 66 maratonistas ainda na briga, incluindo os três brasileiros. Naquele momento, porém, já era possível afirmar que a medalha não viria. Todos estavam fora do grupo dos 50 melhores.

Quando a prova chegou à metade, os quenianos já estavam na frente: Korir em primeiro e Kipchoge em terceiro, com Kiprotich, de Uganda, entre eles. Foi a partir dali que Marilson saiu completamente do grupo que ainda tentava acompanhar os primeiros colocados.

Solonei e Paulo Roberto ainda se seguraram mais um pouco, mas não por muito tempo. Quando quenianos e etíopes apertaram o passo, eles acabaram ficando para trás. No 35.º quilômetro, a diferença para os primeiros colocados já passava dos 40 segundos. A partir dali, era buscar um resultado honroso.

Foi por volta do 32.º quilômetro que a prova se definiu, com Kipchoge, Lilesa e Rupp disparando na frente. Faltando 7km para o fim, eles já tinham 48s de folga para o segundo pelotão, puxado pelo quarto colocado. Paulo Roberto vinha num pelotão atrás, brigando pelo 15.º lugar. E foi exatamente essa colocação que ele conseguiu.


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