Os clubes ingleses estão numa situação paradoxal, já que são os que mais arrecadam, mas não parecem capazes de gerenciar esse dinheiro de maneira eficiente.   De acordo com a empresa de consultoria financeira Deloitte, as 20 equipes que integram a Premier League figuram na lista dos 40 times que mais arrecadam no mundo. Mas, em junho de 2013, as perdas coletivas destas entidades chegaram aos 400 milhões de  euros, com 12 dos 20 clubes terminando o ano no vermelho e cinco desses, incluindo gigantes como Chelsea, Manchester City e Liverpool, com cerca de 70 milhões de euros de déficit.   Em setembro do ano passado, os "Blues" anunciaram um lucro de 25 milhões de euros no ano. City e Liverpool, porém, estão na mira da Uefa por não cumprir as regras do Fair-Play financeiro. Na temporada 2011-12, a Premier League redistribuiu 80% dos 1,7 bilhão de euros dos direitos televisivos entre os clubes.   Campeão naquele ano, o Mancheser City recebeu 82 milhões de euros. Na temporada passada, na qual também foram campeões, os "Citizens" embolsaram 130 milhões. O Cardiff, uma das equipes mais modestas, foi um dos clubes que recebeu a menor fatia do bolo, 84 milhões de euros, enquanto o Hull City, 16º nesta lista, recebeu uma quantidade duas vezes maiores em direitos televisivos que o Bayern de Munique, por exemplo.   Essa divisão mais justa do dinheiro é algo que passa longe do modelo brasileiro, no qual Flamengo e Corinthians, os dois clubes de maior torcida, recebem 110 milhões de reais por ano (cerca de 35 milhões de euros) da TV Globo pelos direitos de televisão, muito mais que os outros integrantes do clube dos 13. O Cruzeiro, atual campeão brasileiro, recebe apenas 45 milhões de reais (14 milhões de euros).   A partir de agora, com 2,3 bilhões de euros por ano a distribuir entre os clubes graças ao novo contrato de direitos televisivos, o campeão inglês receberá por temporada 211 milhões de euros, enquanto o lanterninha da competição ficará com 134 milhões.

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