Arena do Jacaré, Sete Lagoas, 4 de dezembro de 2011, última rodada do Campeonato Brasileiro. Aos 45 minutos do segundo tempo, o atacante paraguaio Ortigoza invade a área atleticana pela esquerda, cruza rasteiro e o volante Everton, dividindo com o também volante Pierre, toca a bola para o fundo do gol de Renan Ribeiro. Era o sexto gol do Cruzeiro nos 6 a 1 sobre o Atlético que acabaram com o pesadelo da China Azul, pois estava evitado o rebaixamento do time para a Série B. Era o início da batalha das goleadas.
Isso porque aqueles 6 a 1 fizeram renascer os 9 a 2 aplicados pelo Atlético sobre o Cruzeiro, na época ainda Palestra Itália, no confronto que decidiu o Campeonato da Cidade, atualmente o Mineiro, de 1927. E o destino fez com que as duas lavadas tivessem apenas uma semana de distância no que se refere às suas datas, pois a goleada alvinegra completa exatos 90 anos nesta segunda-feira, pois aconteceu num 27 de novembro. E na próxima segunda-feira, 4 de dezembro, a partida mais importante da história da Arena do Jacaré completará seis anos.
Provocações
E o seis feito com as mãos pelos cruzeirenses passou a ter como resposta atleticana nove dedos. E essa provocação vai desde o torcedor comum até ídolos dos dois clubes. Quem se esquece de Diego Tardelli e Marcos Rocha unindo as camisas 9 e 2, na comemoração de um gol num clássico no Mineirão, ou de Roger respondendo a provocação da torcida atleticana sobre a atuação da sua ex-mulher, a atriz Deborah Secco, no filme Bruna Surfistinha, com as duas mãos sobre a cabeça, formando um chifre com seis dedos?
Independentemente das provocações e das polêmicas, a maior delas a tentativa de negação dos 9 a 2 pelos cruzeirenses, essa batalha das goleadas deu importância não só ao maior placar do clássico, que completa 100 anos em 2021, mas também ao primeiro esquadrão atleticano, time que ficou marcado pelo chamado Trio Maldito, formado pelos atacantes Jairo, Said e Mário de Castro.
E os três foram os grandes nomes daquele jogo, pois Jairo marcou três gols, Said outros três e Mário de Castro dois. Além disso, Mário de Castro é o primeiro grande ídolo alvinegro e Said quem fez os árabes torcerem para o Atlético.
A batalha das goleadas completa seis anos. Mas a resposta já estava decretada há nove décadas.