
A reunião que pode definir o afastamento de Wagner Pires de Sá e toda a sua diretoria do comando do Cruzeiro pode ser realizada fora de uma das sedes do clube e com votação nominal dos conselheiros. Esta aparece como a nova estratégia da oposição na tentativa de derrubar os atuais comandantes da Raposa.
A derrota de 1 a 0 para o Goiás, que decreta a presença do Cruzeiro na zona de rebaixamento da Série A do Campeonato Brasileiro pelo menos por mais duas rodadas, teve efeito devastador na política do clube, que viveu na última segunda-feira (30) um dia importante no que se refere a ações da oposição na tentativa de tirar o presidente Wagner Pires de Sá e toda a sua diretoria.
O fato mais importante neste sentido aconteceu bem antes do time de Abel Braga, que estreava no cargo, perder por 1 a 0 para o Goiás, no Serra Dourada, em Goiânia, pela 22ª rodada da competição nacional.
Numa reunião num hotel da Zona Sul de Belo Horizonte, o presidente do Conselho Deliberativo, Zezé Perrella, reunuiu cerca de 80 conselheiros para tratar de um processo que possa tirar Wagner Pires de Sá do clube. Além dele, são cabeças do movimento o também ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares, o segundo vice de Wagner Pires, Ronaldo Granata, o ex-presidente do Conselho, João Carlos Gontijo de Amorim, entre outras peças importantes da política celeste.
Pelo momento conturbado, várias possíbilidades foram levantadas após o encontro. Chegou a ser cogitada até mesmo a possibilidade de se tirar Wagner Pires de Sá, mas manter seu primeiro vice, Hermínio Lemos, pois isso poderia facilitar a questão na votação, pois só o Conselho Deliberativo tem poder para afastar um presidente cruzeirense.
O vazamento de um vídeo em que Lemos defende a atual gestão, numa feijoada no último sábado, num dos clubes sociais do Cruzeiro, fez com que seu nome ganhasse a rejeição de muita gente do grupo de oposição.
A derrota de 1 a 0 para o Goiás fez aumentar muito o medo de rebaixamento do Cruzeiro. E uma ideia que ganha força na oposição é o presidente do Conselho Deliberativo marcar a reunião para a votação da queda de Wagner Pires de Sá e toda a sua diretoria, pois o acordo para a permanência de Hermínio Lemos neste momento é praticamente impossível, para um local fora do Barro Preto, onde ficam as duas sedes onde geralmente o Conselho Deliberativo se reune.
Com reunião fora do Barro Preto, a atual diretoria perde a chance de fazer pressão sobre conselheiros indecisos, que são pressionados por aliados de Wagner Pires de Sá dentro do clube. Além disso, a votação nominal dará ao torcedor, o maior interessado, a visão de quem apoia a atual gestão e de quem é contrário a ela.
Com este tipo de situação acontecendo, a pressão que os conselheiros sofreriam não seria de aliados de Wagner Pires que trabalham no clube, mas da torcida, que em sua maioria quer a queda da atual diretoria.