Robinho se diz responsável pela queda e explica permanência no Cruzeiro: 'obrigação de ajudar'

Guilherme Piu
@guilhermepiu
Publicado em 07/04/2020 às 18:18.Atualizado em 27/10/2021 às 03:13.
 (Bruno Haddad/Cruzeiro)
(Bruno Haddad/Cruzeiro)
cruzeiro, robinho

O meia Robinho participou do momento mais trágico da história esportiva do Cruzeiro, time rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro no ano passado. Na reta final da Primeira Divisão de 2019 o meio-campista se machucou e desfalcou o time, mas mesmo lesionado o jogador afirma ter recebido propostas para deixar à Toca II. Entretanto, o senso de responsabilidade falou mais alto e ele ficou para tentar recolocar o clube novamente na Série A.

"Eu machucado tive propostas de times top da Série A que vão brigar por títulos esse ano com certeza, e eu decidi não ir. Acho que fui também um dos responsáveis pelo rebaixamento e me senti na obrigação de ajudar o time a voltar, por isso aceitei ficar, porque eu gosto daqui, meu filho é extremamente cruzeirense. Quem acha que eu não fui por que eu estava machucado, não. Eu não fui por que eu não quis e pretendo ficar para ajudar", disse Robinho ao resposnder uma pergunta de um torcedor no Bate-Papo Cabuloso, projeto no canal oficial do Cruzeiro no Youtube.

Importante no esquema de Mano Menezes, Robinho, antes mesmo da troca de treinador - saiu Adilson Batista e entrou Enderson Moreira - já havia pedido para mudar sua função no esquema tático da equipe. 

Perguntado se poderia ser o jogador referência no meio-campo para armar as jogadas, Robinho foi direto: "Eu estou preparado para ajudar, da maneira que o professor Enderson (Moreira) precisar, eu estou pronto. Vim com o foco de jogar mais centralizado, mas já tinha conversado com o Adilson sobre isso, sair da minha função que fazia antes com o Mano (Menezes, de jogar mais aberto). Ser referência para o time, poder controlar mais a equipe, ajudar a molecada, né. Acho que alguns meninos ficaram muito sobrecarregados nessa reta final pela falta de jogadores de experiência no meio de campo. Estou me preparando para ser esse cara que possa dar tranquilidade, não deixar nas costas deles (dos garotos) a responsabilidade. Estou me preparando para isso, acho que vai ser bom para mim e para os meninos quando eu voltar", explicou.

Recuperado da grave lesão no joelho esquerdo, sofrida na partida contra o Grêmio, em dezembro do ano passado, Robinho acabou sofrendo uma contusão simples no começo de 2020, na parte muscular, mas comum aos jogadores que voltam de cirurgia. 

"Clinicamente eu estou curado. Já tinha me recuperado do joelho há mais de um mês, só que acabei sentindo dor muscular. Fisioterapeutas e médicos falaram que é normal jogadores que já passaram por cirurgia sentir dor muscular em outra parte do corpo, senti na panturrilha devido ao tempo parado. A minha recuperação foi bem acelerada, acabei voltando com dois meses e pouquinho, aí já estava fazendo todo o tipo de exercício físico. Estava voltando bem, mas acabei sentindo, agora estou zerado fisicamente. Tenho feito meus preparos em casa, claro que não é a mesma coisa, mas faço o que posso fazer, na medida do possível que a gente consegue. Acho que vou voltar zerado como todo mundo, quando voltar a treinar estará todo mundo igual, estarei igual para voltar a fazer essa pré-temporada novamente, estarei liberado como todos jogadores, igualzinho", explicou.
Isolado nesta quarentena como medida de prevenção ao coronavírus, Robinho ficou as primeiras semanas em sua casa, em Belo Horizonte. Entretanto, foi autorizado nos últimos dias a viajar ao Paraná, de carro, para ficar próximo aos familiares. 

O Hoje em Dia até publicou recente matéria sobre a rotina de Robinho e seu filho durante esse período de paralisação forçada no calendário do futebol.  E o filho do próprio Robinho, o garoto Cauâ de apenas 9 anos, chegou a ficar sem conversar com o pai por causa do rebaixamento do Cruzeiro no ano passado.

"“Ele vai a todos os jogos. Não vai perder nenhum jogo. Até porque ele foi um dos que mais me cobrou por tudo que aconteceu. Ficou alguns dias sem falar comigo porque ele não aceitava o Cruzeiro na Segunda Divisão. Era uma coisa inacreditável para ele. Ele não aceitava de maneira nenhuma, ficou muito chateado, não conversava comigo. Eu expliquei para ele, e ele disse que estará junto em todos os jogos para ajudar o Cruzeiro a subir”, revelou.

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