Roqueiro no passado, Paulinho Kiss se distrai hoje com sertanejo e samba

Gláucio Castro - Hoje em Dia
09/02/2015 às 08:09.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:57
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

Fazia frio. Era noite do dia 23 de junho de 1983, em Belo Horizonte. Milhares de jovens cabeludos, a maioria usando roupas pretas, lotavam o Mineirão para uma data que entrou para a história da capital mineira. Aos 23 anos, o jovem Paulinho era um deles. Estava ansioso. Iria assistir ao vivo ao esperado show do Kiss, uma das maiores bandas de rock daquela época.   Descoberto bastante empolgado no meio da plateia, o habilidoso atacante do Atlético ganhou um apelido que se tornou sua marca registrada. Passados mais de 30 anos, Paulinho Kiss, hoje com 54, ainda carrega a alcunha com muito orgulho. Até o nome do primeiro filho, Peter Gabriel – ex-vocalista da banda de rock progressivo Genesis, nas décadas de 60 e 70, hoje com carreira solo – , 27 anos, foi uma homenagem à sua paixão pelo velho rock and roll.   Mas, atualmente, o que o ex-atacante Paulinho Kiss mais quer é curtir um sertanejo universitário e um sambinha. “Mudei muito, não é? Voltei às minhas origens. Sou nascido em Felixlândia, no interior de Minas Gerais, e sempre ouvia isso”, explica o atleta, que brilhou com as camisas do América e Atlético na década de 1980.   Apesar da guinada radical em seu gosto musical, Paulinho Kiss não deixou de apreciar os acordes distorcidos de uma guitarra bem tocada. “Ainda não sei se vou ao show do Kiss no mês que vem. A gente vai ficando mais velho e acaba evitando estes grandes eventos, mas é uma banda que marcou a minha vida e a minha história”, diz o jogador aposentado, hoje dono de uma empresa de compra e venda de peças de trator, a Trator Kiss.   Além dos belos dribles com a bola nos pés, Paulinho também se destacava nos bastidores, principalmente pelo seu gosto musical diferente. “Os jogadores gostavam mais de samba e pagode, o que é muito bom para entrosar o grupo e fortalecer a amizade, mas eu sempre preferi um som mais pesado. Mas todos me entendiam e aceitavam com naturalidade”, relembra, orgulhoso.   Além dos lendários integrantes de rostos pintados do Kiss, Paulinho assistiu ainda em BH shows de Peter Frampton e Rick Wakeman, dentre outros de quem era fã.   Carreira   Paulinho Kiss começou no América, onde se destacou e chamou a atenção da diretoria alvinegra. Na antiga Vila Olímpica, o atacante chegou em 1983. Logo no primeiro ano, se consagrou como artilheiro do Campeonato Mineiro, com 13 gols, deixando para trás nada menos que o craque Reinaldo.   “Não era difícil se destacar em um time como aquele. O ataque éramos eu, Catatau, Nelinho (lateral-direito, mas apoiava muito o ataque) e Éder. Assim ficava muito fácil. O Nelinho cruzando e eu tabelando com o Reinando. Imagina”, brinca ele, que jogou no Galo de 1983 a 1985. Foram 88 jogos e 22 gols.   Depois de passar alguns anos longe dos estádios, Paulinho Kiss voltou a ver o alvinegro jogar quando Ronaldinho Gaúcho comandava a equipe, em 2013. “Dava gosto de ver. O Atlético sempre montou grandes times, mas a vinda do Ronaldinho foi um presente para os atleticanos”, diz Paulinho Kiss.   Com a saída de R10, o ex-atacante assume que levou um baque, mas as boas atuações do argentino Dátolo deixaram a torcida mais tranquila. “Falta mesmo vamos sentir do Tardelli. Ele estava jogando muito”, avalia.

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