Sanchez chama candidato à presidência do São Paulo de racista

Gazeta Press
Publicado em 31/03/2014 às 11:10.Atualizado em 18/11/2021 às 01:51.

Andrés Sanchez ficou bastante irritado ao assistir a uma reportagem com Carlos Miguel Aidar, candidato da situação à presidência do São Paulo, durante a sua participação no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta. Ex-presidente do Corinthians e responsável por gerir a construção da arena do clube em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, ele ainda não aceitou as críticas do rival à sede da abertura da Copa do Mundo deste ano.

"O Aidar é um preconceituoso. É uma vergonha falar o que ele falou, querendo fazer um apartheid. Ele ofendeu a Zona Leste como um todo e o Corinthians. É um absurdo, um cara que ganha cheque de tudo o que é lugar, que foi presidente da OAB... Foi um irresponsável. Há muitos preconceituosos no Brasil, mas declarados, como ele, é difícil encontrar. Ele é racista", atacou Sanchez.

Em entrevista à ESPN, Carlos Miguel Aidar declarou que o futuro estádio corintiano está "cheio de problemas" e pertence à construtora Odebrecht, e não ao clube rival do São Paulo. O que mais enervou Andrés Sanchez, contudo, foi ouvir que Itaquera "é outro mundo, outro país". Ele chegou a desabafar diretamente contra o são-paulino em um encontro em um restaurante, conforme contou à TV Gazeta.

Sanchez foi além e colocou em questão mais de uma vez o fato de o escritório de advocacia de Aidar prestar serviços à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). E adotou um tom de ironia ao comentar a disputa eleitoral do situacionista com Kalil Rocha Abdalla pela presidência do São Paulo. "Como corintiano, estou torcendo para que ele (Aidar) ganhe", zombou.Antes de citar o nome de Carlos Miguel Aidar, Andrés Sanchez já havia rebatido o comentário de que o estádio de Itaquera não pertencerá ao Corinthians. "Pelo amor de Deus, a coisa foi muito bem feita. Podemos pagar a arena em sei ou sete anos se quisermos - temos receita para isso -, mas existe um prazo de 12 anos. Quem comanda o estádio é o Corinthians. A diferença é que o dinheiro arrecadado vai para o fundo. Por exemplo: sobrando R$ 100, R$ 50 são para amortizar a dívida e R$ 50 ficam com o clube. Isso é para esses babacas pararem de falar que o estádio não é do Corinthians", esbravejou, fazendo um paralelo com o financiamento de um automóvel. "É a mesma coisa. O carro é seu."

Sanchez comemorou recentemente a liberação de 65% (R$ 260 milhões) do empréstimo de R$ 400 milhões feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à arena de Itaquera. Sua missão agora é encontrar parceiros para custear de R$ 45 milhões a R$ 50 milhões (antes, ele falava em R$ 60 milhões) das estruturas provisórias para receber a Copa do Mundo. "Estamos buscando, e a própria Fifa vem nos ajudando bastante nisso. Quem tem que cuidar é o Corinthians mesmo. Não arranjamos ainda, mas estamos fechando", garantiu o ex-mandatário, que abordará o assunto na reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians desta segunda-feira (31).

Segundo Sanchez, as preocupações financeiras começarão a acabar quando o estádio estiver em funcionamento e em poder do Corinthians. Ele pretende arrecadar de R$ 5 a R$ 8 milhões por jogo ao vender ingressos por um custo médio de R$ 100 a R$ 130. "A variação é de R$ 30 a R$ 1.500. O que vai mudar é o serviço oferecido", afirmou, projetando o valor mais barato para o setor das arquibancadas provisórias, que se tornariam permanentes. O local destinado às torcidas organizadas, que não terá assentos, contará com bilhetes de R$ 40.

"Não tem padrão Fifa b... nenhuma no nosso estádio. Aqui é padrão Corinthians. Padrão de time pobre, humilde. É uma arena para nós, loucos, e para a cidade ter mais um lugar para a realização de eventos", concluiu Andrés Sanchez, que ainda teve tempo para lastimar a morte do operário Fábio Hamilton da Cruz, vítima de uma queda ao trabalhar na instalação da arquibancada provisória do setor sul do estádio, no sábado.

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