Santos joga pressionado no Recife sem Ganso e Neymar

Sanches Filho
02/09/2012 às 09:30.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:57

O Santos precisa da vitória contra o Sport, neste domingo, às 16 horas, no estádio da Ilha do Retiro, no Recife, pela 21.ª rodada do Campeonato Brasileiro, para se recuperar do tropeço diante do Bahia, na Vila Belmiro, e manter vivo o sonho da vaga para a Copa Libertadores de 2013. A melhor oportunidade para reagir será agora porque nos dois jogos seguintes o time não terá Arouca, convocado para o amistoso da seleção brasileira, e terá pela frente os fortes Fluminense e São Paulo.

Para piorar a situação, Neymar foi diagnosticado com uma indisposição na manhã deste sábado - com sintomas como febre, dores abdominais e desarranjo intestinal - e não viajou com a delegação ao Recife. Além de não enfrentar o Sport, o atacante passa pela mesma situação de Arouca para as próximas rodadas. Para este domingo, Victor Andrade ou o argentino Miralles deverá ser o seu substituto.

Se depender do adversário, a tarefa santista será das mais fáceis. O Sport não sabe o que é vencer há 11 jogos, só quebrou o jejum de gols no meio da semana, diante do Flamengo, depois de 420 minutos sem ir às redes, e não consegue sair da zona de rebaixamento. Mas, Muricy Ramalho prevê dificuldades. "Assisti aos jogos do Sport contra Flamengo e Náutico e me chamou a atenção o volume de jogo, muito grande, e os bons jogadores deles", destacou o treinador santista, lembrando que na Ilha do Retiro o Sport é sempre forte.

Depois da sequência de seis bons resultados - quatro vitórias e dois empates (um deles contra a Universidad de Chile, pela Recopa Sul-Americana) -, o Santos volta a enfrentar momentos de incerteza no Brasileirão. Para Muricy Ramalho, a derrota de virada contra o Bahia, em plena Vila Belmiro, causou enorme estrago. "A gente estava distante do topo e continuamos distantes. Só que a partir de agora, além de ter de ganhar os jogos será preciso que os times que estão acima percam", disse.

O que atrapalhou os planos de Muricy Ramalho foi a falta de habilidade da diretoria para administrar a crise que tomou conta da Vila Belmiro com a desclassificação do time nas semifinais da Libertadores. Além de ter perdido importantes titulares, o treinador e o time estão sendo prejudicados pela interminável guerra fria entre o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro e o ex-cérebro do time, Paulo Henrique Ganso, o segundo jogador mais importante do time. O impasse vem tendo reflexos negativos em campo. Tanto que contra o Bahia nem o talento de Neymar resolveu. O time passou a impressão de ter perdido a personalidade e permitiu que o adversário se impusesse, mesmo após estar ganhando por 1 a 0.

Sem Paulo Henrique Ganso - não se sabe será por algum tempo ou definitivamente -, Muricy Ramalho optou pelo mais simples. Mesmo sem ter característica de armador, Felipe Anderson será o substituto. Se Henrique (recupera-se de inflamação no púbis e não joga há quase um mês) estivesse em condições, a sua escolha talvez fosse pela volta do esquema com três volantes.

Desde a entrada do argentino Pato Rodríguez para formar o quadrado com Neymar, André e Paulo Henrique Ganso (agora, Felipe Anderson), o time ficou mais vulnerável no bloco defensivo. Em parte porque Adriano não tem ficado mais fixo à frente da zaga e Arouca vem atuando quase como meia armador. À exceção de Neymar, o novo Santos tem mostrado mais correria do que futebol. E se não reagir a partir deste domingo, agora sem o seu principal jogador, ficará pelo caminho.
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