Satisfeito em retorno ao Brasil, norte-americano será único "mineiro" no Jogo das Estrelas do NBB

Cristiano Martins - Hoje em Dia
18/03/2016 às 20:25.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:51

Benzor Simmons ainda não conseguiu entender os protestos recentes pelas ruas de Belo Horizonte. Mas já fala um "pouquinho" de português e se diz bem adaptado à capital. Mais do que isso, mostra-se bastante à vontade quando entra em quadra pelo Decisão Engenharia/Minas, o suficiente para ter sido eleito em votação popular para o Jogo das Estrelas do NBB (Novo Basquete Brasil), neste sábado (19), às 18h, em Mogi das Cruzes (SP).

Satisfeito com o retorno ao país após uma boa passagem pelo Vila Velha (ES) na temporada 2012/2013, o norte-americano se diz honrado por participar mais uma vez do evento festivo, símbolo do resgate de prestígio da modalidade desde a criação da LNB (Liga Nacional de Basquete) e da reformulação do campeonato nacional, em 2008, em parceria com a NBA.

"É uma grande honra ter sido selecionado pela segunda vez para o Jogo das Estrelas logo nesta minha segunda temporada aqui no Brasil. Fico muito feliz por poder representar o Minas, que é um dos melhores clubes do país", afirma Simmons, em entrevista ao Hoje em Dia (leia abaixo).

Com a experiência de já ter atuado nos Estados Unidos, no México e na Letônia, o ala de 27 anos e 1,96 m tem a missão de conduzir o Minas rumo aos playoffs da atual edição do NBB. O time da Rua da Bahia é o 10° colocado, sendo que 12 equipes avançam para a fase eliminatória. Nas três rodadas restantes, os adversários são Rio Claro (9°), Flamengo (1°) e Brasília (4°).

No Jogo das Estrelas, o "clone" do armador James Harden (Houston Rockets) também terá um desafio: ajudar a melhorar o retrospecto do NBB Mundo diante do NBB Brasil. Desde que o duelo foi criado, o selecionado estrangeiro venceu o brasileiro apenas uma vez, na primeira edição (2010/2011), e saiu derrotado em outras quatro ocasiões.

Fim de semana das estrelas

Simmons séra apenas o nono atleta do Minas na história do Jogo das Estrelas do NNB. Neste ano, porém, o clube terá também um convidado para o Desafio de Três Pontos: o armador porto-riquenho Isaac Sosa. Veja a programação:

Sábado (19/03)
17h – Desafio das Celebridades
18h – Jogo das Estrelas (NBB Brasil x NBB Mundo)

Domingo (20/03)
A partir das 10h:
- Arremesso das Estrelas
- Desafio de Habilidades
- Torneio de Três Pontos
- Torneio de Enterradas

 

 

ENTREVISTA COM O NORTE-AMERICANO BENZOR SIMMONS, DO MINAS:

Essa é a sua segunda vez no Brasil. Você já conseguiu aprender português? Tem alguma outra dificuldade de adaptação?

Aprendi um "pouquinho", sim. Quando voltei, consegui lembrar de algumas coisas do tempo em que eu estive antes no Brasil. E, agora, aprendi um pouco mais. Eu me adaptei muito bem a praticamente tudo no país desde a primeira vez. Eu só não sei exatamente o que está acontecendo com o governo e os motivos desses protestos.

Quando saiu do Brasil, já imaginava que voltaria um dia? O que motivou essa decisão? Algum problema nas passagens por México e Letônia?

Eu não só imaginava como tinha certeza que voltaria a jogar aqui. Só não sabia ao certo quando. Jogar no México foi legal, já a Letônia não foi a melhor situação para mim. As condições de vida e a comida não eram as melhores.

Porque você escolheu o Minas? Como é sua rotina no clube e na cidade, e os prós/contras em relação a Vila Velha?

O Minas é um dos melhores clubes para se jogar no Brasil. Eu gosto muito daqui, adoro a cidade e o relacionamento com os companheiros de equipe e com a comissão técnica. Vila Velha é uma ótima cidade, eu adorava viver perto da praia. Mas aqui tem tudo que eu preciso também, e o clube tem uma ótima piscina (risos).

Você jogou nos Estados Unidos (NCAA) e na Europa. Como avalia a liga brasileira, em relação às do México e da Letônia?

Eu gosto mais de jogar na América do Sul do que na Europa. Aqui é muito mais físico, e esse é o meu estilo de jogo. As condições são similares, e é tão competitivo quanto jogar no México.

Qual a sua avaliação sobre a Seleção Brasileira? Acredita que pode fazer um bom trabalho na Olimpíada, apesar das dificuldades para a classificação?

Acho que sim. O Brasil tem uma grande equipe nacional, com jogadores muito experientes.

Pelo Vila Velha, você tinha média de 18,5 pontos, 3,9 rebotes e 0,97 assistências. Agora, no Minas, você tem menos pontos (12), porém mais rebotes (5,7) e mais assistências (1,13). O que mudou? Qual dos dois momentos é o melhor na sua carreira?

O meu papel no Minas é uma diferente. Sou um pontuador, mas esse não é exatamente o meu foco para o time. Estou mais focado em ser um líder, ajudar mais defensivamente e trazer energia para o jogo. É por isso que a minha pontuação caiu, mas o resto aumentou.

Sua barba é inspirada no James Harden (foto abaixo)? As piadas sobre isso te incomodam? Ou você gosta?

Não, minha barba não tem relação com a dele. Na verdade, eu tinha essa barba antes dele. Mas as brincadeiras não me incomodam, de maneira alguma.

 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por