Sem patrocínio, BH Open fica fora do circuito em 2012

Felippe Drummond - Do Hoje em Dia
19/09/2012 às 07:43.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:24

(Divulgação)

Os tenistas mineiros estão em alta neste ano, com o título de Bruno Soares nas duplas mistas do US Open e a participação da parceria formada por ele e Marcelo Melo na Copa Davis, garantido o ponto decisivo do Brasil na volta do país à elite do tênis mundial. Justamente agora, o BH Open, torneio challenger mais tradicional da América do Sul, está ameaçado de não ser realizado. Caso aconteça, será apenas em caráter amador.

A competição, disputada nos últimos 20 anos, normalmente no mês de setembro, sofre com a falta de patrocínio e corre sério risco de não acontecer pela primeira vez desde que foi criada em 1992. “Infelizmente, neste ano, está praticamente definido que o BH Open não será realizado pela falta de investimento”, lamenta o organizador do evento, Claudius Tenório, diretor da Dynamis Tennis Center.

De acordo com ele, hoje em dia, os empresários preferem um evento promocional que trará grandes jogadores para exibições. “Não querem apostar em competições que revelam atletas e nas quais os tenistas terão a oportunidade de conquistar os primeiros pontos no ranking da ATP”, completa.

Ele calcula que, para realizar o torneio, seriam necessários, no mínimo, R$ 400 mil. “O que não veem é que, para se criar os ídolos, antes eles têm que ter a oportunidade. E é isso que o BH Open faz. Nos 20 anos de evento, passaram por aqui mais de 30 tenistas que, depois, figuraram entre os dez melhores do mundo”, conclui.

Entre os principais nomes que competiram em Belo Horizonte antes da fama, estão Gustavo Kuerten, que conquistou os primeiros pontos no ranking, Jaime Oncins, Gaston Gaudio, David Nalbandian, Nicolas Massú, Fernando Gonzalez e Juan Martin Del Potro. Além dos mineiros André Sá, Bruno Soares e Marcelo Melo. Tenório acredita ainda que a cidade poderia aproveitar o torneio como uma oportunidade de se projetar internacionalmente.

Entretanto, além do patrocínio, ele também encontra dificuldades com locais para a realização da competição. Nos últimos dois anos, o BH Open foi disputado nas quadras do Pampulha Iate Clube (PIC). “Tudo fica mais caro para fazer em ambiente de clube. Primeiro porque incomoda os sócios, que são quem paga o lugar. Depois porque tem o aluguel de tudo e uma estrutura que já existe a ser respeitada. Se tivéssemos quadras em um espaço aberto, uma praça pública, seria mais fácil e mais barato organizar um torneio desse tamanho”, finaliza o diretor.
 

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