O Sindicato dos jogadores aprovou o protesto do meia Kevin-Prince Boateng contra manifestações de racismo, na semana passada. Líder da entidade, o holandês Theo Van Seggelen afirmou nesta terça-feira que ficou "orgulhoso" da atitude do jogador do Milan, de origem ganesa.

Na avaliação de Van Seggelen, Boateng escolheu o "momento certo" para fazer o protesto, ao deixar o gramado após sofrer ofensas racistas durante amistoso do Milan com o Pro Patria, na semana passada. O meia chutou a bola contra a torcida e, em seguida, deixou o campo, sendo seguido pelos companheiros de time, cancelando o jogo ainda no primeiro tempo.

"Estamos muito orgulhosos disso. Os jogadores disseram: 'basta!'. Acho que o que aconteceu com o Milan foi único e um bom sinal", comentou o líder do Sindicato, que concordou com as ressalvas feitas pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, após o episódio.

"Claro que se fosse a final da Liga dos Campeões, as circunstâncias seriam totalmente diferentes", afirmou, ao comentar que a saída de campo não pode ser uma solução para todos os casos do tipo. "Temos regras para isso. O árbitro é o único que pode interromper o jogo".

Na segunda-feira, Blatter também considerou "corajosa" a atitude de Boateng, mas ressaltou que a solução não pode se repetir no longo prazo. Para Van Seggelen, a melhor solução é a atuação conjunta entre jogadores e árbitros, em caso de episódios de racismo. "Estamos representando um papel importante para fazermos o nosso melhor. Mas não vamos mudar o mundo", declarou o líder da entidade que congrega 50 mil jogadores ao redor do mundo.
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