(Flávio Tavares)
Não é simplesmente uma viagem de oba-oba de um grupo de quatro malucos. A ideia é clara e simples. Percorrer o Brasil de Norte a Sul atrás da Seleção Brasileira. Até aí nenhuma novidade num país onde o futebol mexe com a emoção de milhões de pessoas. A peculiaridade da aventura, no entanto, começa pelo veículo escolhido. Uma Kombi, ano 2009, comprada exclusivamente para o projeto. “Estamos registrando tudo em fotos e textos, principalmente sobre as obras prometidas e que não foram executadas. No fim, vamos fazer um livro contando tudo o que encontramos”, explica o administrador de empresas José Roberto Golfetto, 48 anos, um dos viajantes. Sem locais estabelecidos para dormir e alimentar, e com pouca ideia do que encontrarão pelas estradas Brasil afora, ele e os amigos Wilson Vieira, Pedro Maês e Roberto Boell Vaz, iniciaram no início do mês a jornada pelos quatro cantos do país. “Vale tudo para acompanhar o Brasil”, conta o entusiasmado José Roberto. O animado grupo partiu de Florianópolis, em Santa Catarina, até Curitiba. De lá, passaram por outras sete cidades-sede do Mundial: São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Brasília e, novamente, chegaram à capital mineira, onde se juntarão neste sábado (28) a mais de 50 mil pessoas no Mineirão para acompanhar o decisivo confronto do Brasil contra o Chile, às 13h, em partida que abre as oitavas de final da Copa do Mundo. Nem mesmo o cansativo roteiro desanima esses quatro apaixonados. Foram mais de oito mil quilômetros percorridos na “valente” Kombi, com velocidade média de 60km/h. Na “bagagem”, uma cama, dois bancos, uma barraca, um fogão e dois freezers. “Agora só falta passar pelo Rio de Janeiro e Porto Alegre. Decidimos que não visitaríamos Manaus e Natal, porque é muito longe”, explica o aventureiro, que nessa sexta-feira (27) tentou em vão assistir ao último treino da Seleção no Sesc de Venda Nova. PROJETO SOCIAL A ideia de rodar o Brasil atrás dos comandados de Luiz Felipe Scolari foi de Roberto Boell. O “líder” do quarteto já havia feito um projeto semelhante nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, e na Copa do Mundo da França, em 1998. O convite logo foi aceito pelos amigos. Além de assistir aos jogos dos canarinhos, a ideia é mostrar os problemas e as soluções da cidades-sede do Mundial. “O problema de Belo Horizonte é que várias obras ainda não terminaram”, observa Roberto.