“Eu digo uma coisa até com tristeza. O Mano ficou com a Seleção dois anos e meio e, por influência de empresários, ficou fazendo experiências e testes com jogadores. Por isso, saímos sem uma base”.
A declaração, por si, deveria ser considerada, porque é grave. Quando o responsável pela frase é Pelé, a acusação ganha mais peso ainda. Nela, o Rei do Futebol sugere que algumas convocações são negociatas envolvendo o treinador da Seleção e empresários, com o intuito de facilitar a transferência de atletas.
Delação
No entanto, é praticamente impossível comprovar que haja interesse escuso nas escolhas. A não ser quando um dos envolvidos resolve delatar o esquema, como fez Luciano Bivar, presidente do Sport, em março deste ano.
“Eu já empurrei jogador para Seleção, dando comissão. Isso foi na época do Leomar. Eu sei como funciona isso. Quando você quer, coloca qualquer jogador em qualquer lugar”, acusou, em março.
Leomar é um ex-volante, convocado pelo então técnico brasileiro, Emerson Leão, para a Copa das Confederações de 2001. Pela declaração, Bivar foi suspenso por 120 dias pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Coincidência ou não, Leomar foi negociado com o futebol sul-coreano, logo após a convocação.