O técnico da Bolívia, Eduardo Villegas, disse nesta quinta-feira que a equipe deve sentir a pressão e um certo nervosismo ao enfrentar um estádio do Morumbi lotado na estreia da Copa América, nesta sexta-feira, em São Paulo, contra a seleção brasileira. Com a expectativa de mais de 60 mil pessoas presentes, o temor dos bolivianos é os jogadores se sentirem assustados em um ambiente tão favorável aos adversários.
Segundo Villegas, um dos problemas da Bolívia é os jogadores não estarem acostumados a atuarem em estádios lotados. "Algo que os jornalistas brasileiros talvez não conheçam é que no futebol boliviano raramente se joga com um grande público nos estádios, a não ser em clássicos ou decisões. Então quase sempre os atletas atuam em condições bastante cômodas. Contra o Brasil será uma situação muito diferente", afirmou o treinador.
O elenco boliviano atua quase todo no futebol local, principalmente em times como o Blooming e o Bolívar. Somente três dos 23 convocados não defendem times bolivianos. Villegas conversou com os jogadores nos últimos dias para evitarem se sentir nervosos ou acuados com o desafio na abertura da Copa América, mas entenderem o compromisso como uma oportunidade de aprendizado e de experiência.
Os bolivianos têm 10 jogadores com 25 anos ou menos e sentem falta de mais experiência internacional. O goleiro e capitão Carlos Lampe, de 32, contou ter conversado com os colegas sobre a importância de aproveitar a ocasião e não sentir a pressão do estádio lotado. "Os nossos jogadores precisam entender que enfrentar o Brasil em um estádio com 60 mil pessoas torcendo contra você é algo bonito, é uma sensação interessante dentro do futebol", disse.
Depois de enfrentar o Brasil, a Bolívia viajará para o Rio de Janeiro. O compromisso seguinte será contra o Peru, na próxima terça-feira, no estádio do Maracanã. Na sequência, pela terceira rodada da Copa América, o adversário no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, será a Venezuela, no dia 22, um sábado.
http://www.estadao.com.br