Temor de Wagner Pires de Sá e aliados é abertura da caixa preta cruzeirense

Alexandre Simões e Guilherme Piu
16/12/2019 às 12:38.
Atualizado em 05/09/2021 às 23:03

(Bruno Haddad/Cruzeiro)

Pressionado de todos os lados, o presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, vive a certeza de que sua permanência no cargo é impossível. Isso porque, com ele no poder, o clube não tem de onde tirar recursos, pois está quebrado, e a torcida, que não o quer no comando, promove um boicote que mina o programa de sócio do futebol e a venda de produtos oficiais. A lógica seria sair, mas aí vem a outra pressão, feita por vários integrantes da sua diretoria e que temem a abertura do esquema que montaram na Raposa.

Na manhã desta segunda-feira (16), após se reunir com o presidente do Conselho Deliberativo, José Dalai Rocha, Pires de Sá se encontra com alguns de seus “parceiros” no comando da Raposa. A conversa é justamente sobre o seu futuro.Bruno Haddad/CruzeiroCada dia mais pressionado, Wagner Pires de Sá vê seus companheiros de diretoria preocupados com a abertura da caixa preta do Cruzeiro

A pressão da sua equipe acontece por causa das investigações das Polícias Federal e Civil. Nos últimos meses, o Cruzeiro esteve presente no noticiário policial, sendo inclusive alvo de uma operação, a Primeiro Tempo, em 9 de julho.

Nesta data, cerca de 100 policiais civis cumpriram 16 mandados de busca e apreensão em 16 endereços ligados ao clube, como suas sedes, e também a alguns de seus dirigentes, pois estiveram nas residências de Wagner Pires de Sá, do ex-vice de futebol, Itair Machado, e do ex-diretor geral, Sérgio Nonato.

Operação Escobar

Antes disso, em 18 de junho, o presidente e seu vice jurídico, Fabiano de Oliveira Costa, foram à sede da Polícia Federal prestar depoimento na Operação Escobar, que investiga o vazamento de documentos sigilosos da instituição.

As suspeitas são de que o clube tenha sido usado para lavar dinheiro e que um servidor da PF tenha sido eleito conselheiro como um agrado aos serviçõs prestados aos advogados Ildeu da Cunha Pereira, conselheiro nato da Raposa, e Carlos Alberto Arges Júnior, que inclusive foram presos em 5 de junho.

O policial federal também foi preso nesta data, mas antes tinha sido nomeado pelo então presidente do Conselho Deliberativo, Zezé Perrella, para integrar uma comissão provisória que apuraria as irregularidades denunciadas em matéria do programa Fantástico, da Rede Globo, em 26 de maio.

Tempo

As duas investigações seguem, mas o tempo para se apurar as irregularidades é grande. Cada quebra de sigilo demora até 90 dias. Se Wagner Pires de Sá deixa o Cruzeiro, as portas com certeza estarão abertas para que muita coisa possa ser descoberta. E este é o temor maior dos aliados do cada vez mais pressionado presidente cruzeirense.

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