A competição de vela realizada na Baía de Guanabara na semana passada, em um teste para as Olimpíadas de 2016, serviu para a avaliação das condições da água na raia. O treinador chefe da equipe olímpica brasileira, Torben Grael, explicou que a poluição diminuiu, mas advertiu que as condições ainda não chegaram ao nível ideal se comparadas com outros locais.
"A água estava boa para a Baía de Guanabara, o pessoal achou bom, mas, se for comparar com outros lugares em que velejamos, estava ruim. Temos despejo de esgoto dentro da Marina da Glória, onde ficam parados os botes dos técnicos, o que é um absurdo. Nós ganhamos a indicação dos Jogos em 2009, já são cinco anos, e é um absurdo que pelo menos isso não tenha sido feito ainda", declarou o medalhista olímpico, antes de evento beneficente promovido por Ingo Hoffmann, na capital paulista.
Torben Grael, que no geral considerou o evento satisfatório e bem organizado, explicou que as condições da água foram beneficiadas por conta de questões como pouca chuva, corrente e a direção dos ventos. "Se tiver a conjunção contrária, pode ser muito ruim", advertiu.Assim como o treinador, o principal nome da vela nacional, Robert Scheidt, também observou uma diminuição da poluição na Baía de Guanabara. O iatista não repetiu as críticas de Grael e explicou que os estrangeiros não reclamaram, mas reconheceu que ainda há mais a ser feito.
"Não houve críticas dos estrangeiros e esperamos que a qualidade da água melhore ainda mais para o ano que vem, ficando em perfeitas condições para 2016", afirmou o atleta, que relatou pequenos problemas no evento.
"A água não foi um fator prejudicial. Houve alguns pequenos casos de barcos que engancharam em sacos de lixo, mas foi um nível muito menor do que em 2013", acrescentou Scheidt. Assim como Grael, o velejador também reconheceu que as condições climáticas contribuíram para evitar um nível de poluição pior e ainda deu destaque à atuação dos botes ecológicos que retiraram o lixo da baía.
"Os ecoboats trabalharam a todo vapor para tirar os resíduos de sacos plásticos da superfície da água", destacou o iatista, que terminou a competição no quarto lugar. De acordo com informação divulgada pelo Comitê Organizador do Rio 2016 no início do mês, a despoluição atingiu 41%, enquanto os números do governo estadual apontam para 50%.