Entrevista

‘Torcedor quer ir ao estádio para viver experiência única’, afirma Léo Rizzo, empresário do futebol

Conheça a história do mineiro que revolucionou a experiência no esporte

Angel Drumond
esportes@hojeemdia.com.br
Publicado em 14/10/2024 às 07:30.Atualizado em 14/10/2024 às 08:28.

Natural de Juiz de Fora, Minas Gerais, Léo Rizzo é um empreendedor com mais de 20 anos de experiência no setor de entretenimento. A trajetória começou como monitor e coordenador de uma empresa de acampamento de férias, o que despertou nele a paixão por criar experiências memoráveis. Após trabalhar em festas infantis e eventos voltados para adultos, Léo encontrou a verdadeira vocação no universo do futebol ao fundar, em 2015, a Soccer Hospitality.

Sob a liderança de Léo, a Soccer Hospitality inovou a forma como os torcedores vivenciam o futebol no Brasil. A empresa opera atualmente nove projetos fixos, oferecendo espaços premium em grandes estádios como os do Corinthians, Palmeiras e Santos. Além de proporcionar comida à vontade e bebida liberada, os camarotes contam com ativações únicas, como estúdios de tatuagem e barbearias, transformando os jogos em verdadeiros eventos sociais. Com mais de 300 eventos por ano, a Soccer Hospitality já se consolidou como referência em hospitalidade esportiva.

A proposta da empresa vai além da simples experiência de assistir a uma partida. Os camarotes são elaborados com base na cultura local e nas rivalidades entre os times, servindo pratos típicos e promovendo a interação com ex-jogadores e ídolos dos clubes. A empresa ainda mantém parcerias estratégicas com as equipes, compartilhando a arrecadação e fortalecendo os laços entre torcedores e suas agremiações.

Em 2023, Léo Rizzo e equipe alcançaram um faturamento de R$ 50 milhões, com expectativas de dobrar esse valor na próxima temporada. Com 200 funcionários fixos e cerca de 2 mil temporários, a Soccer Hospitality se destaca não apenas pela inovação, mas também pelo impacto que gera no setor de eventos esportivos e na economia local. Léo, com espírito empreendedor e visão ousada, bateu um papo com o Hoje em Dia e contou sobre a experiência de unir paixão, cultura e entretenimento.

Você nasceu na cidade de Juiz de Fora. Atualmente, qual é sua relação com Minas Gerais? Pretende investir em camarotes no Estado também?

Tenho uma relação muito próxima com Minas Gerais, tenho familiares no Estado e vou sempre que a agenda permite. Do lado profissional, é um dos locais mais tradicionais do futebol brasileiro. Atualmente, temos a Arena MRV, Mineirão e a Arena Independência, estádios modernos e com capacidade para receber o modelo de negócio que implementamos em outras praças esportivas. Já tivemos algumas conversas anteriores com os clubes locais, mas estamos sempre prospectando oportunidades no mercado.

Você sempre trabalhou com eventos? Quando e por que optou por empreender no setor de hospitalidade? Qual foi o seu primeiro empreendimento?

Eu comecei há mais de 20 anos. Trabalhei durante algum tempo como monitor e coordenador geral de uma empresa de acampamento de férias, o que me deu a ideia de montar uma companhia de festas infantis, chamada Cia do Rizzo. Nesses eventos, fazíamos coquetéis e drinks para os adultos, que gostavam bastante e, por conta disso, começou a surgir uma demanda para montarmos bares para outros tipos de celebrações. Nisso, eu vi a oportunidade de migrar para outro público-alvo e, assim, fundei a Rizzo Bartender, que toquei por 22 anos. Trabalhei com futebol em algumas ocasiões com essa empresa e, então, vi uma boa chance de crescimento no setor, o que me motivou a focar somente na área, com a criação da Soccer Hospitality, em 2015, destinada aos camarotes e, posteriormente, o nosso Camarote 011.

Sua empresa cresceu muito nos últimos anos. Acredita que ainda há margem para crescimento e que isso se deve ao fato de o torcedor moderno estar cada vez mais exigente?

O torcedor quer ir ao estádio para viver experiências únicas. Nos nossos camarotes, oferecemos a ele a oportunidade de assistir a uma partida do seu clube de coração ao lado dos seus ídolos de infância. Tudo isso somado a uma experiência que inclui open bar, open food, música ao vivo, estúdio de tatuagem, salão de belezas, videogames e uma vista privilegiada para o campo. Então, é preciso oferecer momentos memoráveis ao público, que é o que sempre buscamos fazer e, por isso, temos conseguido crescer bastante nos últimos anos.

Entre todos os seus camarotes, qual é aquele que oferece o serviço mais premium? Quanto custa e o que está incluso?

Nosso serviço costuma ser padronizado, oferecendo sempre a experiência de open bar, open food, música ao vivo, vista privilegiada para o campo e diversas atrações. Porém, no Camarote FielZone, na Neo Química Arena, que é o nosso maior espaço, oferecemos o espaço da “Piscininha”, que conta com uma jacuzzi exclusiva. Nesse ambiente, há um churrasqueiro particular para o público, que serve os fãs a todo momento. O preço varia de acordo com o jogo e campeonato, mas, normalmente, é um pacote que costuma sair por R$ 15 mil para 10 pessoas. 

A SH já é referência em hospitalidade no futebol. Você tem o objetivo de expandir essa atuação para outros esportes? Por que?

Com espaços fixos nas arenas esportivas, também temos uma operação muito grande no âmbito musical. Para os shows, sempre buscamos adaptar a temática dos espaços, já que temos que atrair um público que, em muitos casos, não está acostumado a frequentar os jogos de futebol. Além disso, também operamos o Camarote 011, espaço premium que administramos durante o Carnaval de São Paulo. Sobre outros esportes, estamos atentos às oportunidades pontuais que o mercado brasileiro oferece, caso da NFL, que organizou uma partida de futebol americano no país, evento que pode ser considerado como um dos mais rentáveis do país nos últimos anos.

Durante todos esses anos, você já deve ter vivenciado muitas experiências de torcedores nos camarotes. Teve alguma situação ou ação que mais te marcou?

São mais de 100 jogos por ano, temos inúmeras experiências marcantes. Normalmente, os clássicos e as decisões de campeonato carregam uma emoção maior. Ver a interação dos torcedores com os ídolos é algo emocionante, onde os clientes conseguem contar histórias da infância, conversar com os personagens e ter um momento único. Em todos os projetos, buscamos fazer com o que o torcedor se emocione ao entrar no camarote, criando um espaço para homenagear o clube e levando atletas que conquistaram títulos importantes para as agremiações.

Em termos de experiência do torcedor, como você compara o serviço que é oferecido nos estádios do Brasil com as arenas europeias? Ainda existe muita diferença?

Essas ativações voltadas para a hospitalidade do torcedor são mais antigas nos mercados europeu e norte-americano, mas hoje podemos afirmar que o Brasil conseguiu igualar às ativações quando comparamos com grandes ligas esportivas. Mesmo em pouco tempo, o público brasileiro comprou a ideia de levar um ambiente descontraído para dentro de um estádio de futebol. Além disso, somos um povo que é alto-astral e, independente do resultado dentro do campo, os clientes aproveitaram toda a estrutura oferecida, com shows ao vivo, open bar e comida à vontade.

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