Torcedoras do Atlético reclamaram, nas redes sociais, da forma como o Mineirão organizou a operação do uso de banheiros na partida diante do Flamengo, nesse domingo (20). Em vídeos postados nas redes e relatos à reportagem, as mulheres se mostraram insatisfeitas devido à destinação de apenas cinco banheiros químicos ao público feminino no setor amarelo inferior. 

Lara Prates, de 23 anos, foi uma das atleticanas que usou a rede social para reclamar da divisão. Em contato com a reportagem, ela ressaltou que não foi a primeira vez que isso aconteceu. 

"No clássico do dia 6 de março isso aconteceu e o Mineirão pediu desculpas, falando que era erro de logística e que não aconteceria novamente", contou. "Entretanto, ontem, mais uma vez, a péssima organização do estádio simplesmente tirou nosso direito de usar o nosso banheiro feminino", completou. 

Lara ressaltou também que nem no espaço destinado exclusivamente às mulheres havia condições mínimas para o uso. Os banheiros químicos estavam sujos e sem papel higiênico, segundo ela.

O relato coincide com o de Simone Carneiro, de 45 anos, que também esteve no jogo. Ela afirmou, inclusive, que para a próxima partida comprou ingresso para um setor diferente, justamente por essa divisão dos banheiros. 

"No banheiro químico não havia papel, não havia como lavar as mãos quando você sai dali. Da outra vez, contra o Cruzeiro, no dia das mulheres, foi a mesma coisa", falou. "Esse próximo jogo eu comprei um setor diferente, pois sei que no amarelo vai acontecer a mesma coisa”, completou. 

Stephanie Saliba, de 28 anos, está grávida de três meses e também esteve no jogo. Ela questionou as razões para o Mineirão destinar os banheiros químicos para mulheres e não para homens. 

"O banheiro estava sem condição nenhuma de uso. A mulher tem que sentar para utilizar, encostar nas coisas e os homens não", comentou. "Estou grávida de três meses, preciso de ir no banheiro com constância e ontem não consegui pelo estado do banheiro", completou.

As três torcedoras classificaram a situação como desrespeito às mulheres que frequentam o estádio. Elas também ressaltaram que o Mineirão faz ações afirmativas, mas que novamente decepcionou o público feminino em dia de grande jogo. 

"O Mineirão fala que nos apoia, que estádio é lugar de mulher sim, e toma essas atitudes?! Puro marketing!! Já estamos cansadas!", desabafou Lara.

O que diz o Mineirão

De acordo com o Mineirão, o local onde normalmente acomoda a torcida adversária, no setor Roxo Superior, não cumpre a carga obrigatória de 10% para torcedores rivais. Sendo assim, é preciso deslocar para outra parte do estádio, nesse caso, numa faixa do estádio nos setores Amarelo Inferior e Amarelo Superior. 

Em função dessa divisão, apenas os banheiros femininos estavam disponíveis para a torcida atleticana no Amarelo Inferior. Por isso, por uma decisão operacional baseada na estimativa de presentes por gênero em dias de jogos, os espaços foram modificados e cinco banheiros químicos foram destinados ao público feminino.

O Mineirão também afirmou que estuda soluções para o problema, mas que, para o jogo de quarta-feira, não haverá mudanças. 

Veja a nota na íntegra

O setor Amarelo Inferior possui banheiros masculinos e femininos. Mas por conta da divisão do setor para receber a torcida visitante no último domingo (19), os atleticanos ficaram apenas com os espaços de higiene destinados ao público feminino. Diante da limitação estrutural do estádio e por uma questão de demanda, os banheiros femininos (espaço físico único, com 40 vasos sanitários) precisaram ser, excepcionalmente, modificados para o público masculino. Ao público feminino foram destinados cinco banheiros químicos.

Trata-se de uma decisão operacional, baseada na estimativa de frequentadores por gênero em dias de jogos. O Mineirão compreende a insatisfação das mulheres e faz ações afirmativas para que a presença do público feminino seja uma realidade cada vez mais crescente dentro do estádio e ressalva estar avaliando soluções, junto a algumas torcedoras que estiveram presentes, para melhorar a experiência das mulheres que vem ao estádio.

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