Explode o volume de dinheiro gasto por clubes de futebol em todo o mundo para a compra de jogadores e mais de 1,5 mil brasileiros foram vendidos, emprestados, exportados e transferidos em apenas um ano, o maior volume mundial. Dados divulgados nesta terça-feira (14) pela Fifa apontam que, em 2013, os cartolas investiram US$ 3,7 bilhões (cerca de R$ 8,7 bilhões) na compra de jogadores. Mas quem mais está ganhando não são os jogadores, e sim os intermediários que estão levando uma parte cada vez maior do bolo.
Em apenas um ano, a Fifa registrou um incremento de 40% no valor gasto por clubes para se reforçarem, algo jamais visto. Em comparação a 2012, o aumento foi de mais de US$ 1 bilhão (R$ 2,36 bilhões), com clubes como Real Madrid, Paris Saint-Germain, Monaco e outros abrindo os cofres.
O que chama a atenção da Fifa é que, se o valor dos passes aumentou de forma inédita, o número de transferências foi mantido muito próximo dos números de 2012. No ano passado, um total de 12,2 mil compras e vendas internacionais de jogadores foram registradas. O volume é apenas 5% superior ao que foi visto em 2012.
Um dos elementos que fez o volume de dinheiro ganhar uma nova proporção foi o montante destinado aos agentes de jogadores. Um total de US$ 216 milhões (R$ 510 milhões) ficou nos bolsos de intermediários, 31% a mais que em 2012. Esse desvio do dinheiro do futebol para o bolso de agentes tem preocupado os cartolas. Nos últimos meses, ganha força a ideia na Uefa e na Fifa de acabar com a figura do empresário de jogador, justamente para evitar uma inflação nos preços dos passes.
Brasil
Em 2012, 1.463 jogadores brasileiros foram alvo de transferências internacionais. Em 2013, o número subiu para 1.530. Nenhuma outra nacionalidade foi alvo de tantos contratos pelo mundo quanto a brasileira. Em 2010, o número de transações envolvendo brasileiros já tinha superado a marca de 1,5 mil. O maior mercado continua sendo a Inglaterra. Em 2013, os clubes gastaram US$ 913 milhões (R$ 2,1 bilhões) para comprar jogadores.
O perfil de cada mercado europeu é diferente. Na Itália, praticamente todos os jogadores importados de fora da Europa são sul-americanos. Na Alemanha, os clubes trouxeram 25 jogadores japoneses em 2013, um número inédito de um país que há 20 anos mal conseguia formar uma seleção competitiva.