Três vezes raio: final dos 100m rasos trouxe o desfecho esperado

Henrique André - Enviado Especial
hcarmo@hojeemdia.com.br
15/08/2016 às 09:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:22

(ANTONIN THUILLIER/AFP)


Um raio cai três vezes no mesmo lugar. Se alguém tinha dúvidas, bastou esperar pelos menos de 10 segundos que separaram a largada e a chegada dos 100m rasos no Estádio Olímpico. 

Não veio recorde mundial, como havia sido o caso em Pequim-2008, mas nem foi necessário. Usain Bolt tornou-se o primeiro homem a vencer três vezes a prova mais nobre do atletismo mundial, os 100m rasos. 

Por ele todos os flashes pipocaram mais uma vez e o público aplaudiu de pé. Como se tratava da última final do domingo, houve tempo suficiente para uma comemoração intensa, com direito à bandeira da Jamaica, ao mascote dos Jogos Olímpicos, Vinícius, o gesto do raio e, desta vez, sem atropelo de cinegrafista. E tietagem mesmo dos medalhistas em outras categorias, conscientes de estar diante de um mito das pistas.

E a vitória só poderia ser no estilo Bolt: largada não tão boa, desvantagem para o principal rival, o norte-americano Justin Gatlin, até que as passadas poderosas fizeram a diferença nos últimos metros. E ainda deu tempo para cruzar a linha já festejando, batendo no peito, em tranquilos 9s81. Gatlin, vaiado por parte do público (devido ao envolvimento com doping), levou uma prata comemorada, com 9s89. 

E o bronze foi para o azarão canadense Andre De Grasse, que correu ao lado do jamaicano e cruzou a linha em 9s91. Batendo Yohan Blake, parceiro de revezamento do tricampeão, que não passou do quarto lugar.

“Eu já era uma lenda, mas precisava de três ouros para ser um dos melhores. Foi inacreditável, a energia das arquibancadas e o apoio que recebi, me senti em um estádio de futebol. Ainda tenho duas provas pela frente, e quero vencer as duas”, comemorou, referindo-se aos 200m e ao revezamento 4x100m, em que também chegou ao Rio como bicampeão.

Um fecho de ouro para um domingo de resultados impressionantes na modalidade. Começou pela manhã, com a maratona feminina, que largou e chegou no Sambódromo atravessando os principais cartões-postais do Rio e a vitória da queniana Jemima Jelagat Sumgong. 

Já no Engenhão, um belo resultado para as sul-americanas no salto triplo (prova que já foi de Maurren Maggi), com ouro para a colombiana Caterine Ibarguén (15m17), superando a venezuelana Yulimar Rojas e a cazaque Olga Rypakova.

MARCA MUNDIAL
Se não houve quebra de recorde nos 100m, outra prova fortíssima, pouco antes, marcou a queda de uma marca que durava 17 anos. Michael Johnson viu, como comentarista, à beira da pista, o sul-africano Wayde van Niekerk pulverizar o recorde mundial nos 400m rasos que prevalecia desde 1999 (43s18). Com uma arrancada impressionante na reta final, ele correu a distância em 43s03. Melhor ainda que é só o começo e tem mais Bolt e emoção até domingo, último dia dos Jogos.

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