(Alair Constantino/dono do apito/divulgação)
Há pouco menos de um mês, Lucas Kattah, Antônio Carlos, Fumaça, Léozinho e companhia eram tratados como heróis em Patrocínio, no Alto Paranaíba. Campeões do Módulo II e responsáveis por colocar o Patrocinense na elite do Estadual após um hiato de 23 anos, hoje eles encaram uma situação oposta. Lidar com o esquecimento e o desemprego é a nova realidade para a maioria do elenco.
Fora de competições oficiais no restante do ano, o clube grená voltará às atividades em novembro, provavelmente mantendo o técnico Rogério Henrique. De acordo com o gerente de futebol, Stefano Caetano, o planejamento para 2018 só começará a ser feito no próximo mês.
Situação comum para quem defende clubes do interior no primeiro semestre, o desemprego traz consigo o sentimento de desvalorização e, principalmente, dificuldades para manter as contas em dia.
“Ficamos na frente de times estruturados, como Boa Esporte e Uberaba e, mesmo assim, o reconhecimento não veio”, lamenta o lateral-esquerdo Antônio Carlos. “Demos sorte por termos sido os campeões. Recebemos uma premiação que dá para segurar as contas mais um pouco. Mas essa parte do futebol é bem triste e desesperadora. Jogar de quatro em quatro meses é complicado demais”, acrescenta.Arquivo Pessoal / N/A
Lucas Kattah e Léozinho aguardam por propostas para voltarem a jogar em 2017
Emprego alternativo
Caso não consiga um novo clube para o segundo semestre, Antônio já pensa em soluções fora do mundo da bola. Casado, ele cogita trabalhar como motorista do aplicativo Uber para honrar os compromissos.
De acordo com o lateral, a maioria dos atletas que defenderam o CAP seguem em casa, correndo atrás de oportunidades. Os poucos que conseguiram emprego atuam em clubes de divisões inferiores.
O volante Fumaça, por exemplo, defenderá o Coimbra na Segunda Divisão do Mineiro, marcada para começar em julho.
“Recebemos o salário de maio e mais um cheque da premiação, que será descontado no dia 20 deste mês”, conta o meia Lucas Kattah. Ele treina em uma academia da capital para manter a forma física.
Já para o atacante Léozinho, de 24 anos, as férias forçadas têm servido para ajudar o avô nas tarefas de casa. Arrumar a caixa de gordura, por exemplo, foi uma das tarefas da semana. Quando sobra tempo, Léo aproveita para reunir os melhores lances pelo CAP para colocá-los em um DVD. Alguns deles, inclusives, foram enviados à reportagem com o pedido de “me ajude, se puder”.Alair Constantino/dono do apito/divulgação