(Divulgação)
Um Engenhão lotado com mais de 44 mil pessoas. É esse o número de torcedores que entraram sem pagar nas partidas dos quatro grandes do Rio de Janeiro, como mandantes, depois de apenas oito rodadas da Série A de 2012. E o pior é que eles estão computados nas estatísticas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como pagantes.
Respaldada por uma Lei Estadual, que assegura a gratuidade nos estádios para idosos, deficientes físicos e menores de 12 anos, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) está colocando em prática um procedimento que compromete a média de público da competição.
Ela lança gratuidades como público pagante em seus borderôs. Isso provoca um erro nos números da CBF, que lança em seu site oficial 910.729 pagantes na Série A. Só que esse número conta com 44.360 torcedores que entraram nos estádios do Rio sem pagar.
Descontadas as gratuidades, chega-se ao total de público do Brasileiro 2012, que é de 866.369, uma queda de quase 5%. E a média de 11.384 pagantes por partida, que a CBF lança em seu site, não é a real. O número correto é de 10.829.
O curioso é que a própria Ferj se perde no assunto. Na sétima rodada, os jogos Vasco x Ponte Preta e Flamengo x Atlético-GO foram divulgados de forma correta, com as gratuidades descontadas do público pagante. A prática da Ferj é ilegal de acordo com o Estatuto do Torcedor. O código 7 diz que a entidade responsável por cada competição deve anunciar a renda e o número de espectadores pagantes e não pagantes. Procurada, a entidade não se posicionou.
Numa projeção para os 60 duelos que ainda serão disputados na Cidade Maravilhosa, a previsão é de que até a 38ª rodada, mais 190 mil torcedores entrarão sem pagar. E esse número pode aumentar. No ano passado foram mais de 310 mil não pagantes no Rio, mas que foram considerados pela CBF nas estatísticas da Série A.
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