Victor torna-se hoje o primeiro goleiro a atuar em todos os jogos do Galo numa mesma temporada

Frederico Ribeiro - Hoje em Dia
06/12/2015 às 09:57.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:14
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

Quando levou o caçula dos três filhos para ser batizado, dona Neusa Bagy profetizou a caminhada profissional do menino ao dar-lhe o nome Victor, ou “vencedor” em Latim. Passados 32 anos, o ídolo atleticano atingirá outra marca triunfante hoje, às 17h, diante da Chapecoense, no encerramento do Brasileirão.

Um troféu particular, um feito pessoal jamais alcançado na era profissional do Galo, iniciada em 1933: ser o único goleiro a disputar todas as partidas do time numa temporada.

O “santo” alvinegro não faz milagre todo dia e, inclusive, não teve o melhor ano debaixo das traves. Mesmo assim, viveu momentos abençoados em 2015, não apenas nos 64 jogos disputados, mas também fora dos gramados.

Do amistoso contra o Shakhtar Donestk à classificação para a quarta Libertadores consecutiva. Do troféu estadual ao título de cidadão honorário da capital. Do “altar” inaugurado em homenagem à épica defesa contra o Tijuana ao jogo de número 200 com a camisa 1 alvinegra.

“É algo inédito na minha carreira, uma meta que quero atingir. Acho que é algo incomum no futebol, porque a temporada tem tantos jogos e competições. Mas espero acabar o ano bem, com regularidade, trabalhando para continuar no mesmo nível em 2016”, comemora Victor.

As lesões passaram longe, bem como as suspensões. O arqueiro está pendurado com dois cartões amarelos desde o início do returno, mas, de caso pensado, evitou qualquer tipo de discussão com árbitros ou choques com atacantes com o objetivo de continuar onipresente na meta, para azar os reservas.
“O ideal é estar em alto nível, sempre com respeito e amizade. É isso que faz o nível do nosso trabalho evoluir a cada dia”, conclui.

Contrato renovado e novas marcas a serem alcançadas
Enquanto dona Neusa Bagy ainda carregava Victor no ventre, o lendário João Leite, jogador que mais vestiu a camisa preto e branca na história, chegou perto de conseguir o feito inédito de se fazer presente em todos os jogos do Galo numa mesma temporada.

Porém, conseguiu a assiduidade total apenas considerando as partidas em competições oficiais do ano de 1982, no Campeonato Brasileiro (14 duelos) e no Campeonato Mineiro (36). Curiosamente, foram também 64 partidas ao todo, somando as participações em amistosos e na Copa dos Campeões, vencida pelo América do Rio. É o mesmo número de compromissos que Victor irá atingir diante da torcida alvinegra no Mineirão.

“Tendo atuado em todas as partidas de todas as competições, será uma marca histórica na minha carreira e, acredito, no futebol. Não lembro que outro atleta tenha feito isso”, disse o atual camisa 1 do Galo.
PREVISÕES
“Goleiro de Deus”, como ficou conhecido João Leite, raramente se ausentava das partidas, tanto que atuou em 684 jogos pelo Atlético, entre 1976 e 1991. Um número que Victor dificilmente poderá atingir.

Porém, o atual dono da meta alvinegra passará facilmente a marca de Velloso, terceiro goleiro na lista de arqueiros com mais jogos pelo clube. A diferença atual é de apenas 19 participações, número que poderá ser alcançado pelo “santo” ainda durante o Campeonato Mineiro, contando a participação do time na Libertadores – 11 jogos na fase inicial do Estadual e seis da etapa de grupos do torneio continental.
O objetivo do idolatrado arqueiro, a longo prazo, é atingir o segundo posto deste ranking, ocupado por Olavo Leite Bastos, o Kafunga, com 335 jogos. Para isso, Victor precisará ser “fominha”. Com contrato renovado até 2019, ele pode ultrapassar a marca daqui a três anos, contando uma quantidade média de 50 jogos por temporada.

“Se me vejo em condições de atuar, não vejo razão para ficar fora. Acho que ‘fominha’ é uma palavra forte. Talvez ‘um jogador que gosta muito do que faz’ caiba mais nessa situação”, finaliza.

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