Na manhã desta quarta-feira (28), um vídeo que circula pelas redes sociais, trabalhadores aparecem fazendo o corte das árvores na avenida Coronel Oscar Paschoal, na região da Pampulha, onde será montado o circuito de rua para a corrida da Stock Car.
Narrando a imagem, uma voz feminina reclamou da ação promovida pela Prefeitura de Belo Horizonte, chamando o ato de “vergonha”. “Aí pessoal, olha o que a prefeitura está fazendo com a nossa cidade. Em tempos de emergência climática cortar árvores para construir um autódromo é simplesmente uma vergonha”, disse a moradora.
Na manhã desta quarta, a PBH publicou no perfil oficial do Instagram, uma mensagem direcionada à população explicando o que seria “Fato” ou “Fake” sobre os impactos do evento na cidade.
Sobre as supressões das árvores no entorno do Mineirão, a prefeitura tratou como Fake, que Belo Horizonte irá perder muitas árvores para que o evento ocorra.
Com Fato, a PBH destacou que serão plantadas 688 novas árvores e a empresa produtora do evento será a responsável pela manutenção durante cinco anos. Ainda segundo a prefeitura, a ação é uma medida compensatória para a supressão das 55 árvores no entorno do circuito.
A postagem também rendeu cobranças de moradores de BH. Em uma delas, um perfil denominado Kelyane Paganini, ressaltou que na reforma do Mineirão, “foram suprimidas 777 árvores e 59 sem autorização da Secretaria do Meio Ambiente e que o plantio da compensação cerca de 40% não viveram? Ou seja, o mineirão já está devendo compensação e agora querem cortar mais árvores???”.
Na última semana, o Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam) aprovou o corte de 63 árvores no entorno do Mineirão para a realização da Stock Car. Segundo a empresa responsável pelo evento, serão plantadas outras 688 como medida de compensação. Na terça-feira (27), Sandra Goulart, reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), alertou que a universidade sequer foi consultada sobre a decisão.
“É um impacto ambiental seriíssimo para a região. Nós já tivemos alguns cortes de árvores quando aconteceu a reforma do Mineirão, então aquela é uma região, de certa forma, árida, e a UFMG é um espaço de preservação ecológica. Nós temos uma estação ecológica dentro da UFMG, que margeia a avenida Catalão, e que tem animais de todas as espécies que também sofrerão com isso”, disse a reitora.
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