Viradas no último GP da Fórmula 1: poucas, mas acontecem

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
25/11/2016 às 21:57.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:49

Rodrigo Gini
rgini@hojeemdia.com.br

Tirar uma desvantagem de 12 pontos para o companheiro de equipe em uma só corrida é uma tarefa árdua mesmo para um tricampeão mundial de Fórmula 1, mas, se depender da história da categoria, Lewis Hamilton tem bons motivos para acreditar em superar Nico Rosberg. Não foram poucas as vezes em que quem chegou ao último GP do ano na frente ficou com as mãos abanando, enquanto o azarão na disputa levantou o troféu de campeão. Se será o caso hoje, resposta com as 55 voltas do GP de Abu Dhabi, às 11h (de Brasília).

Com a pontuação atual (e no primeiro ano em que ela passou a vigorar, aliás, 2010), o mesmo traçado de Yas Marina foi palco de uma virada improvável. Fernando Alonso chegou à pista no Oriente Médio 14 pontos à frente de Sebastian Vettel e dependia apenas de um sexto lugar para levar a Ferrari ao topo ­– Mark Webber e Lewis Hamilton também mantinham chances matemáticas. O alemão largou na pole, o espanhol em terceiro, mas a estratégia equivocada do time de Maranello derrubou Alonso para o sétimo lugar, atrás da Renault de Vitaly Petrov. Numa pista em que é quase impossível ultrapassar, ele tentou de tudo, mas viu a coroa escapar por apenas dois pontos para um Vettel surpreso.

Nelson Piquet viveu os dois lados da moeda. Em 1986, na Williams, desembarcou em Adelaide, na Austrália, atrás do companheiro Nigel Mansell, mas à frente de Alain Prost. Primeiro foi o inglês quem deu adeus à chance do título com um estouro de pneu em plena reta dos boxes. Por uma questão de segurança, a equipe chamou o brasileiro aos boxes, o que deu ao francês da McLaren o campeonato de bandeja.

Alguns anos antes, no entanto, o carioca viveu sensação inversa. Em 1981, pela Brabham, chegou às ruas de Las Vegas um ponto atrás do argentino Carlos Reutemann, da Williams, que, no entanto, vivia um duelo interno com o australiano Alan Jones. Com problemas no câmbio, Reutemann perdia terreno, enquanto um extenuado Piquet recebia a bandeirada em quinto, o suficiente para superar o rival também por um ponto. Dois anos depois, situação semelhante, com Prost à frente antes do GP da África do Sul. Em apenas cinco voltas, um problema na turbina do motor da Renault do francês abriu caminho para que o brasileiro levasse a melhor novamente.

A virada mais famosa não só entrou para a história como, no ano passado, foi relembrada no filme Rush, de Ron Howard. Niki Lauda (Ferrari) e James Hunt (McLaren) eram os destaques do Mundial de 1976, com vantagem do austríaco até o seríssimo acidente em Nurburgring, que o deixou fora de duas corridas. Retornou em Monza ainda em condições precárias, mas conseguiu segurar vantagem de três pontos até o GP do Japão, em Fuji. Diante da tempestade que se abateu sobre a pista, o austríaco preferiu deixar a prova na segunda volta, abrindo caminho para que Hunt, nas últimas voltas e sem se dar conta, conseguisse a terceira posição que lhe valeu a conquista.

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