Volta da cerveja ao Mineirão é bem vista, mas detalhe na Lei causa divergência
(Frederico Ribeiro/Hoje em Dia)
Sair de casa ao lado do pai para curtir uma partida de futebol. Mesmo que o tempo não esteja quente, o lazer de ir a um estádio pede uma cervejinha, para quem aprecia a mais popular bebida alcoólica do planeta. Depois de anos proibida, a cerveja voltou ao Mineirão e foi bem recebida pelos torcedores cruzeirenses antes de a bola rolar para Raposa x Palmeiras, neste domingo (9).
Entretanto, o entusiasmo de poder apreciar o sabor da fermentação da cevada foi, até certo ponto, coibido pelas restrições da Lei aprovada pelo Estado de Minas Gerais. É legal beber cerveja no Mineirão, mas a comercialização é paralisada após 10 minutos de intervalo e só pode ser vendida e consumida nos bares. Na arquibancada, é proibido levar a bebida.
"Estamos só a 10 metros da arquibancada. Que diferença faz eu beber aqui no corredor dos bares e nas cadeiras? Acho que a volta da cerveja demorou a acontecer. Mas eles querem criar um controle que acabará por causar tumulto em um espaço pequeno", disse o estudante de direito Hélio Botelho, de 24 anos, filho de Marcelo Sena, 48 anos, que tem outra opinião. "Eu acho que está certo. Arquibancada é lugar de torcer. Vamos tomar a cerveja aqui fora mesmo", afirmou o corretor de imóveis.
Apesar da proibição do consumo de cerveja fora dos bares, já no primeiro dia em que a autorização foi experimentada pelos cruzeirenses a reportagem do Hoje em Dia flagrou torcedores bebendo nas arquibancadas, sem serem impedidos.
Marcelo e Hélio, pai e filho, registram o retorno da cerveja ao estádio (Foto: Flávio Tavares)
SUCESSO ENTRE PALMEIRENSES
Não era só a torcida celeste que foi ao Mineirão atrás do atrativo alcoólico. Os palmeirenses, que vieram em bom número para o Gigante da Pampulha, ficaram felizes pela liberação da cerveja.
"Para falar a verdade, achei tão bom a volta da cerveja que nem ligo em pagar R$ 6 por uma lata", afirmou Marcos Bittencourt, de 50 anos, que provocava os cruzeirenses ao lado do filho, Marcos Jr., acompanhados por dois copos de 500 ml de Heineken, marca exclusiva nos bares do Mineirão.